Durante a sua visita ao Brasil, em um dos seus discursos, o papa Francisco fez duras críticas à liberação das drogas na América Latina. Classificou os traficantes como “mercadores da morte”.
Foi claro ao afirmar que “não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em vários países do continente sul- americano, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência química”.
Falou também que temos que adotar estratégias para “enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas. A chaga do tráfico de drogas exige da sociedade um ato de coragem”.
“A justiça social, a educação centrada em valores que constroem a vida comum, auxiliando aqueles que estão em dificuldades e dando esperança no futuro”, foi o caminho encontrado pelo Pontífice.
Conservador, não está disposto a mudar posições tradicionais da Igreja Católica.
Seu carisma transformou-o em um ícone do mundo.
Em Aparecida do Norte, na missa proferida na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, criticou também a idolatria do poder, dinheiro, sucesso e prazer.
Pediu um mundo mais justo.
Na favela da Varginha, no complexo de Manguinhos no Rio de Janeiro, deixou uma mensagem metafórica aos ricos:
“Coloquem mais água no feijão” - como exemplo de solidariedade humana, palavra hoje quase em desuso.
Mandou a Igreja para as ruas, numa alusão de apoio aos últimos movimentos de protestos que estão levando milhares de jovens a saírem de casa.
Podemos discordar de algumas posições da sua Igreja, mas o papa Francisco é uma unanimidade mundial em simplicidade e carisma.
Após sua visita ao Brasil a Igreja sai mais fortalecida.
Com certeza houve aumento do seu rebanho, e estancamento da sangria dos seus fiéis para outras religiões.
“Venha jogar no meu time”, foi o selo da sua missão de evangelização humanizada.
O resto é fé.
Gabriel Novis Neves é mèdico em Cuiabá e ex-reitor da UFMT