Sites que facilitam a comunicação e interação entre internautas como Twitter, Orkut e Facebook podem ser ferramentas eficientes para construir e, atenção, destruir carreiras profissionais. O lado positivo das chamadas mídias sociais são as inúmeras oportunidades abertas para troca de ideias e informações sobre estágio, aprendizagem e mercado de trabalho. O aspecto negativo: o jovem não tem controle sobre o destino do conteúdo que disponibiliza em suas páginas pessoais. Isso quer dizer, por exemplo, que um desabafo um pouco mais enfático sobre o desagrado em realizar uma tarefa ou sobre seu próprio supervisor pode chegar até aos ouvidos, ou aos olhos, da pessoa criticada.
Vale sempre lembrar que, no Twitter, é muito simples reproduzir uma mensagem com o autor devidamente identificado. Se o chefe não segue o perfil do estagiário, mas tem um colega dele na lista, certamente receberá um comentário “retwittado”, caso essa pessoa – consciente ou não do que está fazendo – aperte um simples botão do seu navegador, disparando o impropério para centenas de outros internautas.
O ideal é separar toda e qualquer comunicação pessoal da profissional. Caso precise necessariamente de uma válvula de escape, o jovem pode recorrer à conversa ao vivo e a cores, ao bom e velho telefone ou então aos comunicadores como o MSN ou GTalk e aos e-mails particulares, quando liberados pela empresa. Vale lembrar, porém, que mesmo os e-mails enviados pelo endereço eletrônico profissional podem ter seu sigilo quebrado, pois, efetivamente, trata-se de um instrumento de trabalho. Os jovens da Geração Y – aqueles nascidos após 1985 – usam com naturalidade todos os recursos da web e justamente por estar tão confortáveis, podem estar mais propensos a cometer erros. Todo o cuidado é pouco ao se lidar com a internet.
Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), e diretor da Fiesp