Cuiabá | MT 18/03/2024
Gabriel Novis Neves
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Quinta, 23 de janeiro de 2014, 08h41

Vida difícil

Não está nada fácil para o trabalhador brasileiro pagar as suas contas.

Tudo encareceu. Os preços dos alimentos e materiais de primeira necessidade chegaram a patamares alarmantes.

Essa verdade é comprovada nos vinte milhões de brasileiros que sobrevivem com os recursos públicos da Bolsa Família, segundo dados oficiais.

Existem ainda outras bolsas, como a bolsa presidiário, cujo valor varia segundo o número de filhos do beneficiário, chegando, alguns, a receberem o equivalente a um bom DAS, que é o valor que se paga a um comissionado (aquele que não faz concurso) e presta serviços de assessoramento superior aos órgãos públicos.

Agora, temos até bolsa para médicos importados, no valor de dez mil reais por mês. Um médico brasileiro concursado, após trinta e cinco anos de serviços, recebe de aposentadoria minguados um mil e seiscentos reais, como no Estado do Rio de Janeiro.

Nesta terra do agronegócio, qualquer diretor de quinto escalão do governo se dá ao cuidado de guardar no criado-mudo, para despesas eventuais, mais de cem mil dólares.

A sociedade aceita e aprova os novos ricos, geralmente jovens dotados de talento para os negócios.

Essas fortunas nascidas do dia para a noite são frutos de mutações genéticas, praga nesta região.

A mídia informa como é tratado o dinheiro dos impostos que recolhemos, e providências não são tomadas por quem de direito.

Os antigos contavam historinhas para as crianças dormirem. Uma delas era a do homem do rabo preso. Quem não conhece essa fábula maravilhosa consulte os antigos ou o Google.

O Tribunal de Contas aponta falhas na aplicação do nosso suado dinheiro e tudo termina com a notícia.

Os pequenos infratores da lei continuam lotando os nossos desumanos depósitos de presos, chamados de penitenciárias.

Antes tarde do que nunca descobriram, com a prisão da trinca da quadrilha na Papuda, que o nosso sistema penitenciário não funciona e nem apresenta condições para receber infratores da lei.

Os trabalhadores que sabem o custo de um prato de comida são os mais revoltados com a situação em que se encontra o nosso país.

Nem as obras ornamentais que estão sendo executadas para o torneio internacional da FIFA, encobrem essa frustração nacional.

A falta de respeito pela “coisa pública” atingiu o seu clímax.

Existe muita grana saindo pelo esgoto da corrupção, tornando cada vez mais difícil a vida do trabalhador.

Isso acontece com o beneplácito dos nossos “estadistas”.

Não há luz no final do túnel.

 

Gabriel Novis Neves é mèdico em Cuiabá e ex-reitor da UFMT
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