Cuiabá | MT 19/03/2024
Gabriel Novis Neves
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Quarta, 03 de abril de 2013, 19h58

Alcoolismo

É um dos mais custosos tratamentos dentre os problemas de drogas no mundo.

Excluindo o tabagismo, o alcoolismo onera mais os cofres públicos mundiais que todas as outras drogas juntas.

Dos leitos hospitalares de 9 a 12% são ocupados por alcoolistas. No Brasil o absenteísmo no trabalho por alcoolismo é a terceira causa, e 8º motivo para requerimento auxílio-doença.

Dos acidentes de trânsito no Brasil, 75% envolveram, pelo menos, uma pessoa alcoolizada.

39% das ocorrências policiais envolvendo conflitos familiares são de responsabilidade do alcoolismo.

Permitido, e até estimulado socialmente, o seu surgimento remonta, segundo relatos, há dez mil anos, na China.

Venerado no antigo mundo greco-romano o vinho tinha até um deus. “Baco” - deus do vinho, da ebriedade e de todos os excessos, principalmente os sexuais.

Existem, inclusive, escritos que revelam que os operários que construíram as pirâmides do Egito recebiam, em média, o correspondente a cinco litros de bebida alcoólica em recompensa pelos serviços prestados. Verdade ou não, corrobora a ideia de que seres humanos em seu estado normal não conseguiriam fazer uma obra de tal vulto, em que não se contava com qualquer tipo de tecnologia, a não ser embriagados.

“Há muitas variações nos dados sobre o alcoolismo devido às muitas metodologias empregadas. Dados mais confiáveis falam em torno de 50 a 90% da população mundial tendo algum contato com o álcool, sendo que 3 a 5% vão se tornar alcoólatras.”

Doença grave que consome corpos, estados sociais, familiares, profissionais e, principalmente, mentes.

Graças aos seus efeitos inicialmente estimulantes do sistema nervoso, o número de adeptos só fez crescer através dos tempos, tornando reuniões sociais momentos obrigatórios para o uso dessa prática. A euforia generalizada faz com que as pessoas diminuam a censura e as amarras em que estão aprisionadas pelas regras sociais estabelecidas.

Entretanto, o uso abusivo do álcool vem ocasionando dois milhões e meio de óbitos por ano no mundo, e já se tornou um problema social grave.

Importante constatar que há alguns anos havia um maior número de consumidores masculinos, num percentual de sete homens para cada mulher. Atualmente é de três para um, muito em função da liberação feminina e sua total participação em todas as atividades na vida moderna.

Vários fatores contribuem para que o consumo de álcool se transforme em vício: o ambiente sócio-cultural, saúde psicológica e, principalmente, predisposições genéticas, atualmente muito valorizadas. Portanto, o mecanismo biológico dessa droga ainda é incerto.

O conjunto de efeitos posteriores a grande ingestão de álcool tem o nome de veisalgia, a vulgarmente chamada ressaca.

Seu teor na corrente sanguínea condiciona sintomas que vão da euforia inicial, passa para a excitação, confusão mental, estupor, coma e morte.

Atualmente, os serviços de Alcoólicos Anônimos vêm prestando relevantes serviços no tocante à recuperação desses pacientes. Os terapeutas, geralmente ex-viciados, trabalham voluntariamente nessas entidades.

Importante ao lidar com esse tipo de problema é não vincular ao viciado a pecha de distúrbio de caráter, e sim, encará-lo como um doente como outro qualquer que necessita de tratamento.

É de tal ordem a importância do apoio dos circunstantes, que geralmente se torna necessário que esses também desfrutem de cuidados psicológicos.

Toda e qualquer dependência deve ser olhada com muito cuidado. Muitas vezes um simples tranquilizante diariamente à noite pode produzir no futuro um grande problema de saúde.

O que precisamos aprender é cultivar a alegria pelo simples fato de estarmos vivos e saudáveis, às vezes nem tanto, mas participantes dessa dádiva que é a vida! 

Gabriel Novis Neves é mèdico em Cuiabá e ex-reitor da UFMT
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