Cuiabá | MT 19/04/2024
Romildo Gonçalves
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Terça, 30 de setembro de 2014, 15h34

Transposição do Rio São Francisco


Rio São Francisco uma das joias hídricas genuinamente brasileira precisa urgentemente ser recuperada, para não ser brevemente exterminada pela pressão antrópica que anualmente se avoluma em suas margens. Secularmente essa dádiva de deus que irriga quatroestados brasileiros na região mais árida do país insiste em continuarexistindo, porém sem a merecida atenção dos gestores públicos.

A transposição do rio São Francisco preveem a irrigação da região dosemiárido nordestino. Embora com inúmeros pontos polêmicos, oprojeto de canalização do rio tem como base o fato de ser uma obracara, e que supostamente abrangeria apenas 5% do território e 0,3% dapopulação do semiárido brasileiro. Ademais em virtude de que, afetariaintrinsicamente o ecossistema da bacia de sua bacia hidrográfica, quepor sua vez drena uma área de 651.000 km2, da região nordeste do esse poderoso rio nasce na Serra da Canastra no estado de Minas Gerais, serpenteando pelos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, desaguando no Oceano atlântico.

Sua calha comporta cinco 
importantes usinas hidrelétricas de grande valia para o país. Em toda sua extensão abrange cerca de 1.371 km navegável. Da nascente a suafoz no Oceano Atlântico tem uma extensão de 2.814 km. É realmenteuma joia brasileira.

Há século aguardado ansiosamente por toda a população humana regional que amarga secas intermináveis, a transposição do velho chico como é carinhosamente chamado pelo povo nordestino, vislumbram aredenção dessa brava gente que vivem na região seca e tórrida do país.

Idealizada em projeto ainda no primeiro período imperial brasileirodatado de 1847, a necessária e polêmica obra infelizmente continuarendendo malfeitos nos dias atuais. Estagnado por longo desse período foi ressuscitado em 2007, com muita festa local e regional por políticose demagogos de plantão, o projeto de transposição do rio São Francisco veio à baila efusivamente.

No entanto até hoje 30/09/2014, o que se vê
na região são quilométricas passarelas que mais parece uma colcha de retalho na qual costura-se um pedaço aqui e outro ali...Ao passar pelas vias públicas que serpenteiam os estados nordestinospodem-se mirar um conjunto de canais desconectados, dutosenferrujados com ferros retorcidos e estações elevatórias que maisparece fantasmas de concreto.

Nas margens da BR-316, no km 439 
distante de Recife, e mais precisamente no município de Floresta, encontram-se duas gigantescas colunas erguidas no ambiente servindode suporte para nada. Outro ponto a se destacar são a não recuperação e recomposição das margens do São Francisco, que a medida que o tempo evolui são modificados e expandidos com os canais pretendidos.

No entanto nesse 
ambiente não há um metro sequer de recuperação ou recuperação do meio ambiente com espécies vegetais nativas para garantir asustentabilidade do leito original do rio e seus futuros canais, por ondeirá fluir a água fundamental e necessária, para continuidade da vida.Ignorar a situação por que passa o rio São Francisco e a urgência em recuperar esse ambiente é contribuir de maneira decisiva para sua irreversível destruição. Ou faz agora ou adeus São Francisco.

Romildo Gonçalves é Biólogo é Mestre em Educação e Meio Ambiente, Perito ambiental em fogo florestal. romildogoncalves@hotmail.com
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