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Luiz Gonzaga Bertelli
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Segunda, 18 de fevereiro de 2013, 17h52

Inserção total

De uns anos para cá, as pessoas com deficiência ganharam maior atenção, em boa parte graças à mobilização da mídia e das organizações sociais. Leis de incentivo à inclusão nas escolas e no mercado de trabalho melhoraram as condições de vida e a autoestima de milhões de pessoas. Políticos utilizaram o apoio aos deficientes como plataformas de campanha e alguns até se elegeram com essa bandeira. Mas, apesar dos avanços, há ainda muito por fazer. De acordo com o Censo de 2012, existem 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no país – o que equivale a 23,9% da população. Destrinchados, os dados do IBGE indicam que 61% dessas pessoas com mais de 15 anos não têm instrução ou ensino fundamental completo. Se comparado com a população geral (38,2%), o índice é extremamente alto, apontando para mais um grave aspecto das deficiências do sistema de ensino. Por mais que existam programas de inclusão, ainda há despreparo das instituições de ensino para realmente integrar esses alunos, com ausência de tecnologia específica, condições de acessibilidade e profissionais capacitados.

Dados recentes divulgados em Fortaleza, por exemplo, mostram que apenas 3,3% das crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência frequentam a sala de aula na capital cearense, a quarta mais populosa do país. A baixa ou inexistente escolaridade produz outro efeito pernicioso: mesmo dispostas a cumprir as cotas obrigatórias para deficientes, muitas empresas não conseguem preencher as vagas por falta de profissionais capacitados. Fato que agrava outras estatísticas levantadas pelo IBGE: 53% das pessoas com deficiência em idade ativa não trabalham nem estudam e, dos que exercem atividade laboral, apenas 40% possuem carteira assinada, ante 49% da população geral – o que os priva de direitos assegurados por lei, como o FGTS, férias e 13º salário. Sempre voltado à inclusão profissional, sem qualquer exceção, o CIEE mantém há 15 anos o Programa Pessoas com Deficiência, que inclui o encaminhamento a vagas de estágio, aprendizagem ou mesmo emprego efetivo. É bom esclarecer que não se trata de caridade, mas de oferta de oportunidade e ação de responsabilidade social. Afinal, é fato comprovado que a capacitação prática é um mecanismo importante para integrar esses jovens na sociedade, possibilitando que desenvolvam seus talentos e demonstrem seu valor. 

Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), e diretor da Fiesp
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