Cuiabá | MT 25/04/2024
Alfredo da Mota Menezes
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Segunda, 26 de maio de 2014, 05h59

Deu no que deu

Os fatos sugerem que há uma conexão entre a ação de dezembro de 2002 da Polícia Federal chamada Arca de Noé e a de hoje denominada operação Ararath. Este é o monte onde supostamente aportou a Arca de Noé depois do dilúvio.

A ação de 2002, sem contar a questão do jogo do bicho, desmontou o esquema da factoring do Arcanjo. Era o mesmo tipo de jogo da factoring de agora. Dinheiro para campanha e tantas outras coisas.

Todo esse imbróglio começou com a denúncia da esposa do dono da factoring. Chamado a depor, ele aceitou a delação premiada. O que contou nos depoimentos faz o realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques parecer coisa de criança. Em política tem que ter sorte, Pedro Taques se livrou de uma companhia complicada.

Lá atrás era um absurdo fazer negócios com um Arcanjo, já na mira da Justiça, mas ele não abriu o bico. Agora fizeram esses mesmos arranjos com alguém, supostamente confiável, que entregou todo mundo. Nunca se viu tamanha delação como essa no estado.
Antes como agora deixaram a guarda aberta demais. Deu no que deu. Três governadores tiveram o mesmo problema. Será que o próximo cairá no mesmo destrutivo cipoal?

Já achava que o Blairo deixaria a política depois do mandato de senador. Com mais esse fato, ele vai é tomar conta de seu negócio. Quase, por um tiquinho, não foi autorizada a entrada da Policia Federal na Amaggi. Seria um baque para os negócios da empresa.
Uma das instituições mais importantes do país, o Ministério Público, teve um nome envolvido nesse caso. O MP vem tendo embates com outras instituições que querem diminuir sua força de atuação e até agora ganhou todas porque tem o apoio da sociedade. Um mínimo de tisnado na sua imagem não seria nada bom.

Esse rolo todo, se nada de novo aparecer, beneficia a candidatura Pedro Taques. Fatos assim atinge mais quem está no poder. Beneficiou também o Jaime Campos. Aquela disputa com o Wellington para a candidatura ao Senado na chapa do Taques praticamente desaparece.

Pessoas do grupo ao redor da candidatura Taques já faziam restrições à ida do PR para lá com receio de perder o discurso de oposição. Com o atual desgaste, agora é que não querem mais mesmo.

Outros da mesma candidatura acham que o Jaime, por ter mais votos no Vale do Rio Cuiabá, não agrega muito na chapa, pois o Taques tem na região seu maior apoio eleitoral também.

Quem sabe se pode arguir que a Dilma pode perder outra vez no estado. O Lula perdeu duas vezes e a Dilma outra. Caminhava para quem sabe mudar a escrita nesta eleição. Com esse baque fica mais difícil para as lideranças políticas que a apoiam pedir votos num estado que tem sido um pouco hostil ao PT.

Alfredo da Mota Menezes, nascido em Poxoréo, PhD em História da América Latina pela Tulane University, EUA (1984). Lugar onde também fez pós-doutorado (1988-89) e lecionou como professor visitante (1994-95). Pertenceu ao Conselho Editorial da Revista Occidental: Estudios Latinoamericanos. Foi professor Titular na UFMT. Teve também vivência política e partidária.
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