No último domingo (26), os uruguaios rechaçaram, via plebiscito, a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos.
Comparado ao nível do debate presidencial brasileiro (Aécio Neves propôs baixar a maioridade penal e, apesar desse detalhe, teve o apoio de Marina Silva), o Uruguai chega a constranger pelas leis e costumes avançados. O presidente José Mujica, que anda de Fusca e não mora em palácio, deu grande contribuição.
Durante seu governo, Mujica mexeu nos vespeiros do direito ao aborto, da legalização da maconha e do casamento gay. Não foi fácil. Ele enfrentou a opinião pública interna e até poderosas vozes internacionais em alguns casos. Não é por menos que o ex-guerrilheiro vai deixar o governo, aos 79 anos, como um ícone mundial da liberdade, da solidariedade e da simplicidade.
Dá vergonha comparar seu governo com a tal política anti-drogas e de negação a direitos sexuais e reprodutivos de Dilma, de Aécio e de Marina, os três mais bem sufragados na nossa recente disputa.
O Uruguai também está em processo eleitoral. Apoiado por Mujica, o candidato da Frente Ampla à sua sucessão, o ex-presidente Tabaré Vásquez, encerrou o primeiro turno da eleição com 45% dos votos e é o favorito para vencer o segundo turno. Mas os setores mais ligados à esquerda gostam mesmo é de Mujica. Praticamente lamentam a volta de Tabaré.
Fábio Carvalho é jornalista no Rio Grande do Sul.Plantão News.com.br - 2009 Todos os Direitos Reservados.
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