Cuiabá | MT 25/04/2024
Marcos Lemos
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Sábado, 18 de abril de 2015, 21h29

O poder de Deus

Qual o poder de uma decisão judicial? Será que nossa Justiça ou os doutos magistrados teriam condição e isenção para condenar o mais bárbaro dos criminosos à pena de morte?

Esses assuntos são polêmicos por sua natureza e desde os primórdios da vida humana, sempre houve e sempre haverá os que dominam e os dominados. Assim funciona a humanidade.

Mas temos que transportar essa situação para outra. Será que um juiz tem o poder de Deus para decidir quem vai sair de uma Unidade de Tratamento Intensiva – UTI ou receber uma cirurgia ou tratamento de emergência.

E quantas vezes o destino pregará peça em nós para contar histórias de que se demorássemos mais um segundo para prestar socorro àquela pessoa ou ente familiar, este perderia sua vida.

Coloco este assunto em pauta, porque é muito triste ver os PAs – Pronto Atendimento, independente de particular, plano de saúde ou público lotados em busca de atendimento e o pior, naquele lugar é tudo indiscriminado, são crianças, idosos, acidentados, infartados, alcoolizados e por aí vai indo. Novamente aqui o destino nos prega peça, pois invariavelmente chegamos nestes lugares à noite ou em plena madrugada.

Mas voltemos a nosso principal problema, a judicialização da saúde e, a meu ver a infeliz condição de magistrado, de juiz que recebe um pedido urgente de tratamento de saúde, de uma vaga de UTI para se evitar que aquela pessoa enferma venha a morrer.
Como não conceder essa decisão diante do risco de morte? E como conceder e ao mesmo tempo repassar para o médico ou para a unidade hospitalar a decisão de arrumar uma vaga que não existe, seja ela por falta de investimento, por falta de política pública ou mesmo de capacidade, pois as unidades hospitalares se tornaram verdadeiras máquinas de ganhar dinheiro então quanto mais atendimento melhor o faturamento.

Aí quando nos deparamos com situação desta natureza que assolam todo o país, independente do Estado e do município, fica o grande questionamento, será que o tratamento lá fora é melhor que aqui? Quem vive no interior procura a capital e quem vive na capital procura outra capital melhor aparelhada. E quando se tem condições, para não falar dinheiro, muito dinheiro, procura-se outro país. E olhe que neste caso poucos acionam a Justiça em busca de saúde, pois eles compram e com certeza são atendidos.
E ainda se corre o risco de ouvir que se não tivesse ido para os grandes centros, com certeza se teria morrido. O que fazer é o grande questionamento. Quem será que tem a decisão final para resolver o problema que neste momento não escolhe rico ou pobre atinge a todos. Só que o pobre se socorre na Justiça. Já o rico faz à Justiça. 

Marcos Lemos é jornalista do Diário de Cuiabá.
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