Cuiabá | MT 28/03/2024
Marcus Fabrício
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Segunda, 11 de julho de 2016, 16h57

Direito a reparação

Nos últimos três anos e meio, a administração do prefeito Mauro Mendes enfrentou tantas greves no setor de saúde, que quase poderíamos dizer que, nesse período, a população cuiabana ficou mais tempo sem, do que com atendimento. Foram tantas paralisações que a administração municipal chegou a desconfiar de que haveria intenções meramente políticas por detrás dos movimentos.

Dessas incontáveis greves, a maioria foi considerada ilegal pela Justiça. Porém, mesmo quando isso acontecia, os servidores custavam a voltar ao trabalho, pois sabiam que nenhum tipo de sanção lhes seria imputado e, mesmo as aquelas famosas multas fixadas pela Justiça, poderiam ser ignoradas, já que nenhum sindicato jamais teve que pagar esse tipo de multa.

Em todos os casos, a única prejudicada foi a população cuiabana.

Aliás, a população mato-grossense, já que todo o estado depende do bom serviço de saúde prestado na capital. Não dá para mensurar os danos que as recorrentes paralisações, em um setor tão essencial, causam à população.

Para muitos pode significar o agravamento de doenças, a impossibilidade da cura; para outros, a morte precoce.

Não estou aqui para discutir o direito à greve. Ele está na lei e deve servir como o último recurso para impasses que requerem a mediação de outras partes, quando governos e sindicatos já esgotaram as possibilidades de acordo e diálogo. A própria lei da greve, aliás, estabelece as regras e limites para as paralisações em áreas essenciais.

O que se discute aqui é o que fazer para reparar o prejuízo sofrido pela sociedade, afinal, é ela, em última instância, quem está pagando para ter um atendimento digno.

Precisamos criar mecanismos para que as consultas e cirurgias que deixaram de ser feitas durante a greve, por exemplo, sejam realizadas em um tempo menor do que o normal. Para isso, os grevistas devem repor os dias não trabalhados.

O que não pode acontecer é, após uma longa greve, as escalas de trabalho simplesmente voltarem ao normal e nós, que estamos aqui para servir a população, simplesmente ignorarmos o sofrimento de tanta gente nas eternas filas do SUS.

Sempre que há greve de professores, na volta todos são obrigados a repor as aulas perdidas. Agora, por que depois de uma greve de médicos, os profissionais não são obrigados a repor os atendimentos que deixaram de realizar? Será que salvar pessoas não é tão importante quanto salvar o ano letivo?

Marcus Fabrício é vereador de Cuiabá pelo PTB.
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