Cuiabá | MT 18/04/2024
Doutor.Gimenez
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Segunda, 01 de março de 2021, 15h38

Não é Covid, é dengue!

Em meio à pandemia da Covid-19 que já matou mais de 5,6 mil pessoas em Mato Grosso, o equivalente à população inteira de alguns municípios como Cocalinho, Acorizal e Rio Branco, nós enfrentamos um outro inimigo mortal: a dengue.

O assunto me mobilizou, pessoalmente, porque tive uma pessoa próxima com sintomas que pareciam “reinfecção da Covid-19”. Estávamos bastante preocupados com o caso porque o quadro, embora semelhante à Covid, apresentava erupções na pele, falta de apetite e dor significativa nas articulações. Havia algo mais.

“Doutor, parece que um fui atropelada por um trator”, disse a paciente. Felizmente conseguimos comprovar mediante exames que era dengue e, por ser jovem e receber rapidamente todas as orientações e cuidados, ela se recuperou bem. Diante do episódio, fui então atrás de números e descobri que o coronavírus não é o único que estava e está causando óbitos na população.

No mês de janeiro, dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde apontaram que Mato Grosso registrou aumento de 325% no número de mortes causadas pela dengue em 2020. Números colhidos até 2 de janeiro indicaram, por exemplo, que as mortes causadas pela doença no estado saltaram de 04, em 2019, para 17, em 2020.

O risco da doença é classificado como alto no Estado, que em números absolutos totalizou 30.050 casos da doença no ano passado, contra 9.669 em 2019. Sinop, a capital do nortão, foi a cidade que mais registrou óbitos (04), algo além de 8 mil notificações.

É importante esclarecer que a dengue, diferentemente da Covid, é uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se prolifera em “água parada”. Por isso é tão importante neste período de chuvas estarmos atentos ao nosso quintal e eliminar todo acúmulo de água, para evitarmos os focos de mosquitos e o surgimento de novos casos. Este é um exercício da prevenção.

De início, os sintomas se parecem mesmo com Covid: incidência de febre alta (39° a 40°c), dores de cabeça e atrás dos olhos, perda do paladar e apetite mas, aqui muita atenção, costumam surgir manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores, além de náuseas, vômitos, extremo cansaço, dores nos ossos e articulações. Isto no dengue,

Mesmo que ainda nos faltem dados para ter um diagnóstico preciso do coronavírus, que aliás, por se tratar de um vírus tem tido mutações e variações, podemos destacar algumas características, tais como: tosse (seca ou com catarro), dor de garganta acompanhada de febre (acima de 37,8ºc), coriza, dor no corpo e de cabeça com perda de olfato (anosmia) e paladar (ageusia).

Além desses sinais e sintomas, é comum a pacientes da Covid apresentarem falta de ar, dificuldade para respirar, febre que não diminui mesmo com o uso de medicamentos antitérmicos, pressão no peito e, em gestantes, principalmente, queda de pressão arterial. De todo modo, a orientação é procurar um médico para fazer os exames para a confirmação.

Para além da similaridade entre os sintomas e a gravidade das duas doenças, é válido refletir sobre a importância do comprometimento social na prevenção e no tratamento. Pode parecer simples, mas, por que a dificuldade em usar máscara, manter distanciamento social (não aglomerar) e fazer a higiene adequada das mãos? Por que não manter nossas casas e quintais limpos e livres de água parada? Afinal, são procedimentos tão simples.

Como médico, meu maior mister é “salvar vidas”. Já na condição de deputado, tenho o dever de contribuir com o fortalecimento da saúde pública por meio de aprovação de leis e maiores investimentos públicos focados em Saúde. Mas, diante do que se nos apresentou entre 2020 e 2021, um dos meus maiores desafios tem sido despertar (ou mesmo resgatar) a cidadania da população deste nosso imenso Estado de Mato Grosso.

Quando digo isso, penso em uma cidadania saudável, altruísta e comprometida com o bem-estar de todos, no coletivo. Porque não adianta vestir verde e amarelo, sair por aí dizendo que é patriota, e depois fazer escolhas erradas que põem em risco a própria vida e a vida dos outros.

Porque quanto mais pessoas doentes, mais geramos gastos para o nosso atual Sistema de Saúde, já estrangulado e quase colapsando. Vamos pensar nisso e nos cuidar, cuidar da nossa casa e de quem amamos. Quem ama cuida, protege e previne. Que neste momento de pandemia, possamos dar exemplo como verdadeiros cidadãos brasileiros.

Doutor.Gimenez é médico e deputado estadual em Mato Grosso.

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