Banco há quase um ano não emitiu carnê de financiamento e faz cobrança de número não identificado; cliente quer órgãos fiscalizando escritórios de cobrança em Cuiabá
Atitudes anti-comerciais e da boa prática de relacionamento com o cliente vem sendo aplicadas pelo Banco Itaú contra um tomador de leasing de um veículo em Cuiabá. O cliente cujo contrato é 4185077 vem recebendo cobranças de telefone não identificado pela assessoria jurídica do Itaú, cujo slogan de marketing diz que acredita no cliente. O veículo já tem cerca de 50% pago, inclusive com entrada na época da compra.
Todo problema vem se arrastando há cerca de 90 dias quando o cliente suspendeu o pagamento das parcelas do leasing de um automóvel pelo fato de que o banco não enviou o bloco do carnê de pagamento mensal para o cliente. Sem o carnê, ele todos os meses vinha sendo obrigado a fazer pedidos para a emissão de boletos avulsos. A entrega do carnê deveria ter ocorrido em feveiro de 2011, portanto há mais de dez meses, quando foi feito um refinanciamento. "Antes disso o problema foi criado pelo banco que se negou em emitir boleto com 40 dias de atraso, exigindo que se pagasse duas parcelas simultâneas".
_ Toda vez que a assessoria jurídica do Itaú me liga eu peço pelo envio do carnê, mas a cobradora LC Marcon diz que "tal solicitação deve ser feita ao banco, e que não tem nada a ver com isso". Diz o cliente que em agosto se cansou de pagar por boleto individual e dediciu enfrentar o problema e já está com três parcelas em atraso por falta de cumprimento da parte do Itaú.
O cliente já enviou e-mails ao banco Itaú onde pede que o tratamento seja no mínimo racional e dentro de políticias comerciais. Outro motivo de revolta é pelo fato da instituição usar como modo de pressão o termo "jurídico Itaú", quando o cliente tem até mesmo apenas alguns dias de atraso da parcela. "Tratam as pessoas como bandidas, caloteiras. Generalizam e usam termos busca e apreensão, perda de crédito com o nome no Serasa, honorários advocatícios e outras mais" - manifesta o cliente, salientando que no caso específico é o banco que está em débito com ele.
"Ligam várias vezes ao dia e se não bastasse o fato de ligarem de número não identificado, quando aparece o número exercem pressão exigindo data de pagamento e não desligam o telefone, colocando a pessoa numa situação constrangedora, onde muitas vezes a pessoa está no trânsito" - detalha o cliente.
Segundo o cliente o Ministério Público Estadual, e o Federal (por questão da legislação bancária), a Defensoria do Consumidor, o Procon, o judicário, a própria OAB-MT e até a Comissão de Defesa do Consumior da Assembleia Legislativa deveriam fiscalizar os escritórios de cobranças de instituições bancárias em Cuiabá e constatar a situação de humilhação, constrangimento e desrespeito aos direitos do consumidor que são praticados nestes locais, onde sequer existe água para beber. "Essas autoridades precisam acordar que não se fala em um bem de cem, quinhentos reais, mas sim valores de financiamento de carros em média a R$ 40 mil reais. Existe a prática de tomação de bens que são levados para outros estados e que nunca mais o cidadão consegue reave-lo e, via judicial, o tempo demanda e o dano irreparável fica para o tomador do financiamento que, muitas vezes, deu valores de entrada e já pagou parcelas que acabam se perdendo".
"É muita gente sendo prejudicada e mais que isso, é muito dinheiro envolvido, o que certamente as autoridades ainda não despertaram para tal situação" - diz o cliente, imaginando que a prática se tornou um grande negócio de enriquecimento de advogados, ou talvez o Itaú abriu um novo leque de faturamento, que possa ser sobre honorários advocatícios.
"Imagino que o garoto propaganda do banco Itaú, o Luciano Huck, não tem conhecimento dessas práticas da instituição e seria bom que ele desse um conselho para o seu presidente o dr. Roberto Egydio Setúbal para honrar melhor com as propostas constidas no marketing do banco" - desabafa o cliente, deixando a pergunta: "se para o banco interessa o dinheiro, a correção, os juros e outras coisas, por que então a pressão sobre apreensão de veículos. Quem lucra com essa prática?"
"Vou pagar as três parcelas mas não via jurídico. Mas vou querer meu carnê até janeiro" - conclui.