A Missão Integrada Multidimensional de Estabilização da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) condenou na segunda-feira (17) dois ataques promovidos na semana passada contra suas forças de paz e instalações no país.
De acordo com a missão, um comboio logístico garantido pelo contingente paquistanês da MINUSCA foi atacado no fim de semana por um grupo de indivíduos armados, a cerca de 20 quilômetros de Dekoa, no município de Nana-Grébizi, no norte do país.
As forças de paz da missão reagiram rapidamente e repeliram os atacantes. A MINUSCA informou que armas foram recuperadas após o incidente.
O ataque ocorreu três dias após outro atentado realizado entre Grimari e Sibut contra um comboio de Bambari, que é garantido pelo contingente mauritano da missão.
De acordo com informações preliminares, pelo menos cinco integrantes das forças de paz ficaram feridos.
Condenando veementemente essas “ações covardes e irresponsáveis”, a missão da ONU pediu o fim imediato de tais ataques contra os seus soldados e instalações.
Além disso, a missão denunciou todas as declarações provocatórias que acusam seus contingentes, e ressaltou que tais alegações, algumas com conotações religiosas, podem lançar dúvidas sobre a imparcialidade das suas tropas.
A MINUSCA salientou ainda que “tais atos não ficarão impunes”, e alertou que os autores responderão pelas ações perante os tribunais competentes – incluindo, se necessário, por crimes de guerra.
Agência da ONU denuncia atos de violência contra civis
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) condenou os ataques a civis na República Centro-Africana, onde confrontos entre milícias rivais ocasionaram a fuga de milhares de pessoas e a interrupção de operações de ajuda humanitária.
No último mês, a luta entre os milicianos ex-Selekas e combatentes anti-Balaka afetaram as regiões central, oriental e ocidental do país, assim como a capital Bangui.
Integrantes da MINUSCA no país informaram que pelo menos 11 pessoas morreram e 22 foram feridas nos confrontos que sucederam o assassinato de um oficial do exército no dia 4 de outubro.
Na última semana, homens armados atacaram um local onde vivem deslocados internos na remota cidade de Kaga Bandoro, na província de Nana-Grebizi.
O incidente deixou ao menos 13 civis mortos e forçou 5.250 pessoas a deixar seus lares para buscar abrigo no campo da Missão de Paz da ONU ou por meio de agências de ajuda humanitária.
“Nós condenamos com veemência o ataque a Evêché e outros atos de violência contra a população civil”, disse o representante do ACNUR na República Centro-Africana, Kouassi Lazare Etien.
“Estes ataques dificultam muito a entrega de ajuda humanitária às populações que mais precisam de assistência”, acrescentou.
A MINUSCA também afirmou que em outro incidente de violência ocorrido na terça-feira (11) fez com que 30 pessoas buscassem refúgio no campo de Cambbat, localizado na entrada sul da cidade de Koui, enquanto outros 130 buscaram abrigo no campo de Gabbat, ao norte do país.