Uma reportagem veiculada em um site de notícias brasileiro apontou um balanço assustador sobre a qualidade da saúde para os povos indígenas. Segundo dados apresentados na matéria, 419 crianças indígenas teriam morrido por desnutrição desde 2008 em todo o país. Isso ligou a luz de alerta na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão que responde ao Ministério da Saúde.
O chefe da Sesai, secretário Antônio Alves, cobrou maior empenho por parte do governo federal para que os problemas no setor sejam minimizados ou eliminados, já que segundo ele a desnutrição entre os índios é um problema grande e complexo, que envolve todas as esferas do governo.
Segundo Alves, o problema já foi notificado oficialmente ao Ministério da Saúde, e diretamente à presidente Dilma Rousseff. O secretário foi duro ao afirmar que, caso não haja um empenho maciço do governo federal, apenas a saúde não dará conta do problema da desnutrição dos indígenas.
Um levantamento realizado pela Sesai em fevereiro apontou que, 55% de todas mortes por desnutrição registradas no Brasil desde 2008 ocorreram entre índíos, mesmo eles representando uma pequena parcela de 0,4% da população nacional. O problema acontece com maior gravidade na região leste do Mato Grosso, entre os índios xavantes.
Ações precisam ser ampliadas
Líderes indígenas reclamam que há pouco acompanhamento nas aldeias, como monitoramento das crianças desnutridas. Segundo Alves, a meta de 2013 era de monitorar 50% da população indígena de todas as idades que tivessem risco nutricional. Para este ano, a meta subiu para 70%, porém não há qualquer previsão para que chegue a 100%.
A expectativa é que a expansão do programa Mais Médicos facilite uma cobertura mais ampla dos casos de desnutrição nas aldeias. Porém, Alves explica que não basta apenas o esforço do setor em combater esse mal, já que as crianças recuperadas pelo atendimento médico podem voltar a ter o problema caso não tenham acesso a uma alimentação adequada.
O panorama de alteração dos hábitos alimentares dos índios nas últimas décadas, com a substituição de produtos agrícolas e carne de caça por itens industrializados potencializou o problema. Por isso, Antônio Alves afirma que é preciso que se desenvolvam projetos de sustentabilidade adequados para a realidade dessa fatia da população.
(Notícias BR)