Além da crise de renda, os produtores de soja do Mato Grosso poderão ter dificuldades em encontrar algumas variedades de sementes em razão de problemas climáticos que reduziram a safra.
A produção de sementes, inicialmente estimada em 7 milhões de sacas de 40 quilos, não deve passar de 4,5 milhões de sacas, ou seja, 35,7% menor que o esperado. O ataque do fungo da ferrugem asiática e o excesso de chuvas na colheita em regiões como a Serra da Petrovina, berço de produção de sementes mato-grossense, são apontados como motivos para a redução da produção. Acredito que nesta safra o agricultor possa ter dificuldades em encontrar determinadas variedades de sementes, além da qualidade ser, na média, menor que a da safra passada, embora ainda dentro das especificações do Ministério da Agricultura, afirmou Odilio Balbinotti, vice-presidente da Sementes Adriana, maior produtora de sementes do Brasil.
A decisão do governo do Mato Grosso de impor vazio sanitário de 90 dias durante o inverno para evitar a permanência do fungo da ferrugem asiática nas lavouras impediu que os produtores de sementes plantassem no inverno para tentar suprir a oferta.
Balbinotti diz que em anos em que a oferta é mais restrita o Mato Grosso pode importar sementes de Goiás e da Bahia. O problema é que eles também tiveram quebra de safra, afirmou.