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Segunda, 22 de agosto de 2011, 07h11
Investigação

Descarga elétrica externa pode ter sido causa de incêndio na Digital Tecnologia em Cuiabá



Bombeiros participam dos trabalhos de rescaldo dentro da empresa.

Alberto Romeu
PlantaoNews
 
Estendeu-se até por volta de 19h00 de sábado os trabalhos de rescaldo do Corpo de Bombeiros no incêndio que destruiu totalmente a empresa Digital Tecnologia, em Cuiabá. O fogo começou por volta do meio dia, na parte dos fundos da empresa, em
Intensidade do fogo foi contida pelos bombeiros cerca de duas horas após.

 algum ponto do setor de estoque, minutos após os funcionários do administrativo deixarem o local, na parte da frente. O Corpo de Bombeiros chegou às 12h44. A possibilidade de um curto-circuito externo, ainda de responsabilidade da empresa Rede Cemat não é descartado, já que um acidente, exatamente às 12h00, a duas quadras dali, pode ter gerado uma descarga elétrica.

A Digital Tecnologia, localizada na avenida Tancredo Neves, 631, Jardim Petrópolis, emprega 24 funcionários e atua nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre como distribuidora das marcas Century, Sky e Intelbras. Dentro da empresa, de aproximadamente 700 m2 havia muito material de alta combustão, como aparelhos telefônicos, antenas parabólicas, fios, cabos e condutores, câmeras de monitoramento todos acondicionados em caixas de papelão. O forro do prédio era em PVC. Havia ainda um mezanino de madeira onde funcionava o setor administrativo. Um automóvel Gol e uma moto que também estavam dentro da empresa ficaram totalmente destruídos. As paredes do imóvel chegaram a “descascar” diante da intensidade das chamas. 

Após conter o incêndio, trator foi usado para arrombar porta do depósito da empresa.

Segundo coronel Rodrigues, diretor operacional do Corpo de Bombeiros, 25 integrantes da corporação atuaram no combate. Foram utilizadas quatro viaturas de combate a incêndio (inclusive a dotada de escada magirus) e outros três caminhões pipa da Brigada de Combate a Queimadas do município – formada através de convênio com o Governo do estado. Ele informou que mesmo antes de moradores acionarem o Bombeiros uma guarnição já chegava na empresa às 12h44, através de uma equipe que atuava próximo dali, e que avistou uma fumaça. As causas, segundo ele, serão apuradas pela Polícia Técnica da Polícia Civil.

O agente técnico da Defesa Civil, Saulo Barros, disse que o vento intenso naquele momento pode ter contribuído com a propagação das chamas. Ele não descarta a ocorrência de uma descarga elétrica. Tanto o coronel Rodrigues quanto Saulo enfatizaram o fato do telhado, em zinco, ter se derretido com o calor das chamas. Ambos ainda avaliaram o fato do acidente a cerca de 300 metros do local, quando um carro derrubou um poste de energia elétrica, o que poderia ter gerado uma descarga elétrica.

A funcionária de uma empresa ao lado da Digital Tecnologia, de nome Vanessa Melo, disse que por volta de meio-dia notou que saia fumaça por alguns pontos do prédio e derrepente ouviu vidros estourando. “Foi muito rápido. Em menos de cinco minutos o fogo tomou conta e se formou uma grande nuvem de fumaça preta” – contou. Ela imagina que o fogo se propagou rápido dentro da empresa, mas como todas portas e janelas estavam fechadas, ele só pode ter sido notado no estourar dos vidros, com a entrada de oxigênio”.

O taxista Wellington Luiz Martins disse que pode ver a fumaça negra do bairro Recanto dos Pássaros (distante cerca de 15 km) e imaginava que o fogo fosse em um grande supermercado próximo dali ou até mesmo no shopping. “Era muita fuma. Algo muito grande estaria queimando” – disse.

O semblante dos funcionários era desolador. Aldenízio Novaes, gerente financeiro, olhava para o prédio, observando um trator

Edivaldo (esq) e Aldenizio, gerentes da empresa, fornecem dados ao Bombeiro.

retirando muito material totalmente queimado. Quando o trator puxava para fora um automóvel Gol ele se surpreendeu, lembrando que o carro naquele dia poderia ter ficado com um funcionário. Neste momento, outros colegas de trabalho lembraram que a moto da empresa também havia sido guardada no local. Aldenízio – que trabalha na empresa há 3 anos - não soube precisar o montante do prejuízo. Disse que o prédio passou por uma reforma geral no início do ano, como parte elétrica, pintura e equipamentos de combate a incêndio. “Temos técnico de segurança do trabalho, fazemos parte da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e os extintores atendiam as exigências. Ele foi o último a deixar e fechar a empresa, às 12h15.

Alessandro de Souza Rosa, gerente de tecnologia, olhava no horizonte e imaginava por onde recomeçar. Ele lembrou que o volume de material plástico, fibra, PVC e até papelão das embalagens propiciou a intensidade do fogo.

O proprietário da empresa, Ivan Cabral, encontra-se em São Paulo, onde reside. Ele foi informado do quadro. A reportagem não conseguiu contata-lo.

No final da tarde de sábado a área foi isolada pelos bombeiros. Grande parte do material queimado continuava dentro da empresa, mas muita coisa foi retirada e depositada na calçada, como o automóvel Gol e muito material queimado. 

O automóvel Gol foi retirado de dentro da empresa puxado pelo trator. Uma moto não foi localizada.

Edivaldo Vidotti, gerente comercial, impactado com o quadro, em meio a entulho e cinzas, disse que “na segunda-feira (hoje) vamos retomar as atividades. O proprietário já marcou uma reunião com os funcionários, quer saber como todos estão, e vamos dar continuidade no atendimento aos clientes”. Segundo ele são cerca de mil clientes entre Mato Grosso, Rondônia e Acre. (veja mais fotos abaixo) 

Bombeiros vaculham parte interna da empresa.


Móveis, divisórias e todos os equipamentos queimaram em pouco tempo.



Gerentes, funcionários e bombeiro observam o que se sobrou dos computadores da empresa


Mesmo após removidos pelo trator do interior da empresa, equipamentos voltam a pegar fogo, na área do estacionamento.


Vista lateral da empresa após o fogo contido: telhado de zinco derreteu.

 




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