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Economia
Sábado, 18 de outubro de 2014, 17h21

Brasil lamenta atraso para acordos de facilitação do comércio internacional


Em seu posicionamento mais recente no Comitê de Negociações Internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC), no fim desta semana, o diretor-geral da instituição, o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, informou que, apesar de todos os esforços, seus membros não encontraram uma “solução para desbloquear” o impasse para cumprir o prazo para o Acordo de Facilitação do Comércio. Segundo Azevêdo, “esta pode ser a situação mais grave que a organização já enfrentou”, com impacto em diversas áreas de negociações e gerando “uma crescente desconfiança”, com “efeito paralisante” sobre o trabalho da OMC.

O Brasil sempre foi um dos países mais empenhados na construção de um acordo comercial multilateral. De acordo com o Itamaraty, "o Brasil empenhou-se pela aprovação do conjunto de acordos aprovados em Bali, em dezembro de 2013, que abrange, além de facilitação do comércio, questões de interesse prioritário para o país como administração de quotas tarifárias para produtos agrícolas e a elaboração de um programa de trabalho para conclusão das negociações de Doha”. Por conta disso, é grande a preocupação do governo brasileiro quanto a um possível fracasso das negociações.

“Os atrasos em relação à implementação desses acordos na OMC são lamentáveis, mas é importante ter presente que os obstáculos não se restringem à implementação do Acordo de Facilitação do Comércio. O governo brasileiro atua de forma construtiva, em Genebra, para aproximar posições com vistas à superação do impasse e permitir a retomada das negociações na OMC, de forma equilibrada e que contemple todos os interesses do país", informou o Itamaraty.

Celebrado em dezembro de 2013, o Acordo de Bali foi a primeira negociação comercial global fechada pela OMC, após um período de quase 20 anos sem avanços. No início do ano, durante audiência pública no Senado, Azevêdo declarou que o acordo deve reduzir os custos de comércio internacional em torno de 13% a 15%.

Ao falar com os representantes dos países-membros da OMC, no que chamou de uma “avaliação franca”, Azevêdo, que assumiu o comando da organização em 2013, usou expressões como “dias difíceis”, “grande impasse”, “consequências graves”, “crescente desconfiança” e “paralisia” para descrever a situação. “É o meu sentimento que uma continuação da atual paralisia serviria apenas para degradar a instituição, principalmente em sua função de negociação”, declarou.

O diretor-geral da OMC pediu para que os representantes dos países-membros reflitam sobre o que a situação atual significa para a organização. Alertou que o impasse se tornou uma posição familiar e não estão sendo capazes de superá-la. Conforme Azevêdo, a construção do acordo em Bali deu esperança para “uma nova OMC”. Acrescentou que voltaram à situação de incapacidade de consensos, de impasse, consequentemente de paralisia. “Vimos essa situação muitas vezes. Portanto, não podemos continuar com essa forma ineficiente e ineficaz, que é tão propensa à paralisia”, disse.

Reforçando a posição de franqueza, Azevêdo ressaltou que vários representantes têm conversado sobre outras opções, não-multilaterais, que estão abertas a seus países. "É possível ver o desengajamento de alguns, buscando outros caminhos". Para seguir em frente, o diplomata observou que é preciso pensar como a OMC pode trabalhar e responder algumas perguntas, principalmente sobre o que deve ser feito com as decisões tomadas em Bali, o desenvolvimento da agenda pós-Bali e como podem avaliar o futuro pilar de negociação da OMC. 

ABr

 




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