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Economia
Quarta, 29 de abril de 2015, 18h06

Rota do Oeste entregará 22 km de nova pista entre Rondonópolis ao Terminal da ALL


Alberto Romeu
De Rondonópolis

Rondonópolis (MT) – Dentro de aproximadamente dez dias estará liberado para o tráfego de veículos um trecho de 22,7 km da pista de duplicação da BR 163 entre o município de Rondonópolis ao Terminal Ferroviário de Cargas da ALL (América Latina Logística), na saída para Campo Grande (MS). Contudo, haverá transposição do fluxo de veículos da pista já existente, que passará por recuperação profunda por um período de 90 dias. Ontem, a Concessionária Rota do Oeste apresentou à imprensa a obra que está em fase final, inclusive já recebendo sinalização. A meta da empresa é concluir todo o trecho Sul, até a divisa com Mato Grosso do Sul, até o primeiro semestre de 2016. 

Fotos: PlantãoNews
Danilo e Paulo discursam sobre o novo trecho que será entregue.

Os trabalhos no trecho, por onde passam 30 mil toneladas de grãos diariamente, foram realizados ao longo de 10 meses em parceria com a construtora Odebrecht Infraestrutura, atendendo um pleito de prioridade feito por representantes do agronegócio. Após finalizar as fases de acabamento e de sinalização, o trecho será oficialmente entregue à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Trata-se da primeira vez que uma rodovia federal é duplicada por meio de concessão em Mato Grosso. A cobrança de pedágio neste trecho está prevista para setembro de 2015, quando a etapa estiver concluída. 

O diretor-executivo do Movimento Pró-logística, Edeon Vaz, explica que a priorização do acesso ao terminal aconteceu devido à grande afluência de caminhões e carretas neste local para o escoamento da safra. “Praticamente toda produção do Estado passa por ali. São 13 milhões de toneladas por ano em um local de pista simples. Não era raro ver as carretas em fila pelo acostamento, provocando congestionamentos e colocando em risco a vida das pessoas”, afirma Edeon.

"Saindo das páginas policiais"

Para o diretor-geral da Rota do Oeste, Paulo Meira Lins, os 22,7 km que estão sendo concluídos é apenas o primeiro passo da grande transformação pela qual Mato Grosso passará. “Teremos um total de 450 km de rodovia duplicada que vão mudar a realidade de quem vive e trabalha neste Estado. Mais do que redução de custos e competitividade para o agronegócio, estamos falando de vidas que serão preservadas”.

“As futuras reportagens da rodovia vão sair das páginas policiais para as de economia”, destaca Paulo Meira, citando um estudo do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) que aponta para uma redução de 11% nos gastos com transporte rodoviário em Mato Grosso a partir da concessão da BR-163. O estudo leva em consideração fatores como manutenção dos veículos, combustível, tempo de viagem e o valor do pedágio. 

Mil pessoas à frente das obras no novo trajeto


 
Telões de led e câmeras complementarão a segurança dos motoristas

A construção da nova pista da BR-163 em Mato Grosso foi realizada a partir da parceria entre a Concessionária Rota do Oeste e a construtora Odebrecht Infraestrutura. Os trabalhos envolveram aproximadamente mil pessoas entre contratados diretos e indiretos, 295 máquinas e a instalação de duas usinas com capacidade para produzir 240 toneladas de asfalto por hora cada, a mais moderna da América Latina. Ao todo, 2,9 mil pessoas atuam nas obras de transformação da rodovia e mais de 700 máquinas estão mobilizadas.
 

Usina de origem alemã conta com alta tecnologia na produção.


“Não é só asfalto do que estamos falando. Há muita tecnologia aplicada nesta obra, que levará a outros estágios de desenvolvimento as regiões ao longo de sua extensão” – acentua Paulo Meira frisando que “esta será uma das melhores rodovias federais do Brasil”.  
 

Rochas são transportadas 150 km 

Rochas da Serra de São Vicente são transportadas por 150 km distância

O diretor de contrato da Odebrecht Infraestrutura, Danilo Ribeiro, explica que a duplicação da rodovia foi um desafio do ponto de vista técnico, principalmente devido às chuvas que atingem a região neste período. “Tivemos um trabalho especial de programação e planejamento para aproveitar ao máximo os períodos sem chuva. Contratamos serviços meteorológicos, diversificamos as frentes para desenvolver diferentes trabalhos simultaneamente e com isso otimizamos os resultados. Podemos dizer que foi uma duplicação em tempo recorde”.


Além do investimento em qualidade e eficiência, a duplicação da BR-163 também agrega valor às ações realizadas. Neste trecho, 96% dos resíduos sólidos produzidos nas obras foram destinados para reciclagem. Da diretoria da Odebrecht Infraestrutura aos subcontratados, todos passaram por um processo para conscientização e atuação na destinação dos resíduos.

Danilo Ribeiro explicou ao PlantãoNews que o solo na região não é ruim para a obra, mas é preciso compactar a base e sub-base, o que está exigindo retirar rochas na Serra de São Vicente, a cerca de 150 km. “É um trabalho que exige mais investimentos mas que está sendo executado dentro dos controles e ainda terá 30 anos de manutenção pela construtora” – observa Danilo.
 

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Viadutos e pontes com trabalhos avançados

Também estão avançadas as construções das pontes e viadutos que vão compor os dispositivos de acesso e retorno à BR-163. Do total de 15 Obras de Arte Especiais (OAEs), sete estarão concluídas ainda este ano.

No trecho que liga Rondonópolis ao terminal de cargas da ALL, alguns dispositivos já tomam forma e podem ser vistos pelos usuários. É o caso do acesso em trombeta ao Aeroporto de Rondonópolis, localizado no km 107 da rodovia, que já possui 41% de obras concluídas, sendo que o viaduto que liga uma extremidade à outra já avançou 77% nos trabalhos.
 

 

O viaduto que integrará o acesso à rodovia MT-471 no quilômetro 102 da BR-163, também do tipo trombeta, é outro exemplo com 41% das obras concluídas. Outro dispositivo, este do tipo diamante, com quatro alças de retorno, também está em construção no km 111 da rodovia. Os trabalhos neste acesso seguem com 42% já executados.

Outras obras estão em andamento ou previstas para iniciar ainda este ano. É o caso das pontes sobre os rios Correntes (km 0), Sozinho (km 24), Itiquira (km 29), Cachoeira (km 44), Ponte de Pedra (km 55) e Inhumas (km 74). Acessos nos quilômetros 13, 34, 47, 76, 94 e 119, também estão previstos, entre outros retornos e intervenções menores.

Contratação de reeducandos

A empresa conta com mão-de-obra de reeducandos.

Uma parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso (Sejudh) para a contratação de reeducandos foi uma grande conquista para a execução dos trabalhos, destaca Danilo. Atualmente, 46 deles atuam nas obras em Rondonópolis. Fora isso, cinco trabalhadores que eram integrantes do sistema penitenciário e que passaram para o regime semiaberto foram contratados pela construtora. “Tem sido uma experiência muito satisfatória. Damos oportunidade para estes trabalhadores terem profissão e renda e temos tido ótimos resultados. São profissionais dedicados e comprometidos e pretendemos ampliar a ação para todos os canteiros”, relata Danilo Ribeiro.

 




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