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Quinta, 26 de novembro de 2015, 15h03

Jornalistas participam de workshop sobre conferência climática


Foto: Rafaella Zanol

Sema e ICV promoveram o primeiro evento voltado aos profissionais da área na noite desta terça-feira (24), com a proposta de dar mais transparência às informações sobre o papel de Mato Grosso no evento internacional

Os preparativos de Mato Grosso para a COP-21 (Conferência das Partes, realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), de Paris, que será realizada entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, foram abordados na noite de terça-feira (24.11), durante o 1º Workshop para jornalistas ‘Iniciativa Mato Grosso: Produzir, Conservar e Incluir’. O evento e uma parceria entre Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Instituto Centro de Vida (ICV) e contou com a participação de representantes dos principais veículos de Cuiabá.

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, que fez a abertura do workshop, a Conferência do Clima não deve ser entendida apenas com o enfoque ambiental, embora o apelo para as questões climáticas seja inevitável. “O que está em baila é a política econômica dos países, que terão de fazer mudanças na sua matriz energética, no modal de transporte e modo de produção, tudo isso envolve lobby em diversas áreas importantes, trazendo mudanças na utilização de tecnologias, o que requer muitos investimentos e metas que impõem limitações de desenvolvimento econômico”.

O Estado saiu de uma taxa de desmatamento na floresta de 11.814 km² no ano de 2004 para 1.075 km² no ano de 2014, segundo os dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, por meio do Prodes. E para Ana Luiza, este é um momento importante, já que a redução de desmatamento alcançada por Mato Grosso é a maior da Amazônia Legal e alcançou o total de 91%, o que é um avanço que será levado até a COP-21. “Para continuar avançando mais e reduzir mais o Estado precisa de ajuda para implementar políticas públicas não só voltadas para o monitoramento e a fiscalização, mas também a partir de cadeias produtivas sustentáveis. Reduzir desmatamento não é um tema apenas para o meio ambiente, envolve toda a sociedade e a maioria das secretarias de governo”.

O coordenador de Iniciativa de Incentivos Econômicos do ICV, Laurent Micol, apresentou aos jornalistas o atual cenário do Estado e os desafios para diminuir o desmatamento ilegal. Ele acredita que um dos caminhos para essa diminuição é desenvolver cadeias produtivas sustentáveis em Mato Grosso, o que, segundo ele, requer boas praticas de produção, incentivos para conservar florestas remanescentes, Governança Pública e controle de cadeia. Para alcançar tudo isso, Laurent destacou o Programa Novo Campo, realizado pelo instituto que visa promover práticas sustentáveis em fazendas de pecuária na Amazônia, melhorando o seu desempenho econômico, social e ambiental.

De acordo com Laurent, o objetivo do programa é disseminar boas práticas de pecuária, reduzir a pressão de desmatamento, atender a demanda de empresas globais por carne sustentável sem desmatamento. “Esse projeto piloto já funciona em propriedades de Alta Floresta e na região Noroeste. Por meio dele vemos que é possível fazer isso com boas práticas agropecuárias, ou seja, oferecendo melhores condições aos fazendeiros”. O coordenador ainda pontua que o mundo espera muito mais que redução de desmatamento do Estado de Mato Grosso. A expectativa global é que realmente haja aumento da produção em diversas áreas e não só da agricultura, aliado ao desenvolvimento sustentável. Para ele, a preocupação com a inclusão social é um plus nesse contexto.

Durante o Workshop, a secretária adjunta de Gestão Ambiental da Sema, Elaine Corsini, explicou aos jornalistas que o plano inicial elaborado pela equipe técnica da pasta reúne os desafios a serem analisados. Entre eles estão: aumentar a produção do Estado mantendo os atuais 60% da vegetação nativa intactos; paralelamente, estipular uma nova meta de redução do desmatamento até 2030, aliada a um plano de recomposição do déficit de reserva legal e de Área de Proteção Permanente (APP) em km², e de recuperação ou substituição da agricultura em pastagens degradadas. Tudo isso com enfoque também no aumento da renda bruta do agricultor familiar.

Corsini também apresentou aos jornalistas os mecanismos de promoção ao desenvolvimento sustentável no Estado, com tripés importantes no combate ao desmatamento ilegal e desenvolvimento regional. Dentre eles esta a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que integra as informações ambientais das propriedades rurais permitindo o monitoramento do tipo de atividade econômica que a área desenvolve e a identificação de área desmatada. Para Elaine, o CAR traz inúmeras vantagens, como ser totalmente eletrônico, gratuito e não precisar de responsável técnico para fazer o cadastramento.

O CAR está interligado ao demais sistema da Sema, o empresário que estiver com pendências em seu cadastro será impedido de obter licença para desenvolver qualquer atividade.“Nós estamos estruturando uma visão de futuro para Mato Grosso, quais são as novas metas e indicadores que queremos gerar? A partir de quais mecanismos de implementação e de financiamento? Qual o melhor modelo de governança?”. Após as apresentações os jornalistas puderam tirar duvidas com relação aos temas discutidos.  




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