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O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Paulo José Paiva estuda o comportamento de dez cultivares de alface crespa em cultivo hidropônico. Com objetivo de reduzir custos e melhorar a qualidade do produto a ser comercializado, o projeto de pesquisa envolve plantios para verificar a assimilação do nitrogênio e a eficiência desse nutriente. O plantio foi realizado no mês de agosto e o experimento foi implantado na propriedade Hidropônico Matsu, no município de Várzea Grande.
De acordo com Paulo, a pesquisa vai considerar os aspectos quantitativos, tais como: produção de massa dos diferentes órgãos das plantas, folhas, caule e raízes. E também serão avaliados os aspectos qualitativos, como a resistência à queima das bordas, número de folhas maiores que 10 centímetros e o comprimento do caule da planta. Numa época de grandes variações climáticas, como excesso de chuvas e estiagem, é importante buscar alternativas de produção, a fim de garantir boas safras.
“No cultivo hidropônico, os nutrientes são fornecidos para as plantas em solução nutritiva e constituem o principal custo de produção. Dentre os nutrientes, o nitrogênio é o elemento que mais interfere no crescimento da alface, pois é o componente das proteínas que formam as plantas, sendo exigido em maiores quantidades que os demais. A fisiologia da alface não é eficiente na utilização desse macronutriente, com uma taxa de aproveitamento em geral menor que 50%, deixando elevados teores de nitrogênio mineral, principalmente na forma de nitrato, uma vez que o suprimento é abundante em hidroponia. Entretanto, este fator depende muito da variabilidade genética entre as diferentes linhagens dentro da espécie de alface”, enfatiza.
O pesquisador e o engenheiro agrônomo da Hidropônicos Matsu, Ivonir Riquetti, estão avaliando e acompanhando da evolução das seguintes variedades de alface crespa: Malice, Crocante, Amanda, Camila, Corabela, Ceres, Solaris, Vanda, Veneranda e Pivaverde. A pesquisa vai comparar o metabolismo da planta quanto à assimilação de nitrogênio e a busca de linhagens mais eficientes. Conforme Paulo, para obter resultado positivo no cultivo de alface em sistema protegido depende da escolha correta das cultivares, levando em consideração o tipo mais aceito pelo mercado consumidor, capacidade de adaptação às condições locais de clima, produtividade, qualidade, ciclo, resistência às doenças e pragas.
Com uma produção diária de 1.400 pés de alface crespa, comercializadas nos supermercados de Cuiabá e Várzea Grande, o engenheiro Riquetti fala que é necessário investir em pesquisa para garantir sempre um produto de qualidade para o consumidor. Numa área construída de 7.200 metros quadrados de estufa, são produzidos também alface americana, roxa, rúcula, cheiro verde e outros. “A pesquisa vai indicar a cultivar de alface mais eficiente no uso de nutrientes, permitindo a manutenção de altas produções com menores doses, com um produto de qualidade e que atenda as necessidades do consumidor”, explica Ivonir.
O projeto de pesquisa é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e conta com o apoio do engenheiro agrônomo Riquetti.
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