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Pesquisa/Tecnologia
Quarta, 21 de julho de 2021, 16h56

Uso indiscriminado de probióticos para tratamento de asma pode fazer mal à saúde


Recente estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) investiga os possíveis benefícios e riscos do uso indiscriminado de probióticos por consumidores asmáticos.

A asma constitui um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Os diferentes fenótipos da doença podem ser influenciados pela interação entre o ambiente, a microbiota intestinal e a genética do hospedeiro. A fim de minimizar os efeitos da doença, muitas estratégias são investigadas para modular a composição da microbiota, como a suplementação com probióticos, que são produtos alimentares que contêm micro-organismos vivos cuja ingestão pode trazer benefícios à saúde.

“Nossos dados mostraram que o uso do mesmo probiótico induziu diferentes mudanças na microbiota intestinal, que se correlacionaram com a microbiota intestinal do hospedeiro, mas que essas mudanças podem nem sempre ter implicações positivas para a saúde, e efeitos adversos podem ocorrer”, explica Caroline Marcantonio Ferreira, docente e pesquisadora do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp que conduziu o estudo, em entrevista à Assessoria de Imprensa da Unifesp.

A pesquisa foi publicada em artigo no periódico científico Microbiome e teve apoio da FAPESP pelos projetos “Efeito dos ácidos graxos de cadeia curta produzidos por bactérias probióticas na profilaxia e tratamento da inflamação alérgica das vias aéreas” e “Probiótico como uma ferramenta terapêutica no eixo pele-pulmão-intestino”.

Os cientistas investigaram se a diversidade da microbiota intestinal e fatores genéticos do hospedeiro influenciam os efeitos da administração oral de um probiótico produtor de acetato, o Bifidobacterium longum 51A, na inflamação alérgica experimental das vias aéreas induzida por ovoalbumina em duas linhagens de camundongos.

Para tanto, foram usadas duas linhagens de camundongos, A/J e C57BL/6. Camundongos A/J apresentam maior predisposição para desenvolver respostas alérgicas comparados aos C57BL/6. Além disso, o camundongo A/J apresenta uma microbiota menos diversa comparado ao C57BL/6.

A pesquisa também revela, por meio de um experimento de transplante de embrião, que a composição da microbiota foi muito relevante para o fenótipo de inflamação alérgica das vias aéreas.

“Portanto, o uso indiscriminado de probióticos deve ser reconsiderado, pois os efeitos desses produtos são dependentes de parâmetros do hospedeiro, como a microbiota intestinal residente”, complementa Ferreira. 

FAPESP




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