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Pesquisa/Tecnologia
Sexta, 03 de dezembro de 2021, 09h43

Tecnologias sociais realizadas pela UFMT apoiam comunidade


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Iniciativa já conta com prêmios nacionais
Em tempos de crise climática destaca-se a necessidade de gestão das águas por uma vivência em sociedade mais sustentável. Atualmente a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) atuam no projeto “Implementação de tecnologias sociais e educação ambiental em comunidades do Alto Pantanal Mato-grossense”, um programa piloto de tecnologias sociais voltado para o acesso a água de chuva, saneamento rural e educação ambiental no Alto Pantanal Mato-grossense em parceria envolvendo instituições federais, estaduais e do terceiro setor.

O trabalho desenvolve-se no Alto Pantanal, em sete assentamentos da reforma agrária na região de Cáceres, fronteira do Brasil com a Bolívia. O local conta com 360 famílias e três escolas que possuem aproximadamente 500 alunos. O local precisa lidar com constante falta de água, um período seco de seis meses, fontes de água distantes, como o rio Jaurú, águas de corixos contaminadas e dificuldades de extração de água subterrânea. Por isso, desde 2009 uma equipe multidisciplinar atua com tecnologias sociais para o desenvolvimento da agricultura familiar.

O projeto já foi vencedor de três prêmios nacionais para os pesquisadores Samir Curi, Margarida Marchetto e Ademar S. Okada. Em 2018 a vitória foi no prêmio A3P, do Ministério do Meio Ambiente; enquanto em 2020 o resultado vitorioso veio da Agência Nacional de Águas no Prêmio ANA. Neste ano o projeto venceu o Troféu Seriema, promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) e que reconhece ações em prol da preservação, recuperação, defesa ou conservação do meio ambiente.

Para lidar com as dificuldades de abastecimento adotam-se dez tecnologias sociais como cisternas, barraginhas, lago de múltiplo uso, biofossas. As escolas tiveram papel importante como espaço para captação da água da chuva, criação de hortas irrigadas e instalação de cisternas. “Foi um pacote com 10 tecnologias sociais, com três eixos principais: Consumo Humano, atividades escolares e atividades produtivas que a gente considera que possa utilizar em todo o país, em qualquer microbacia local”, explicou a professora Margarida Marchetto.

Outras iniciativas adotadas foram a piscicultura com água da chuva e o plantio associado de pequi com pastagens. “O nosso carro chefe é o projeto Plantando Água da Embrapa e o projeto Barraginhas que promove retenção de água na microbacia e vai também vai servir de suprimentos de água aos animais silvestres. Desta forma vai alimentar o lençol freático e vai deixar a microbacia mais úmida, diminuindo as queimadas”

O professor Samir Curi lembra que no começo do projeto a situação era extremamente crítica em relação a falta de água. “Na primeira vez que fui a região encontrei uma situação de falta de água para atividades escolares, para as famílias da reforma agrária e atividades produtivas. Eles passaram 20 anos com este problema tentando resolver com bombeamento de água e poços artesianos, mas que não resolveram o problema pelo alto custo, falta de mão de obra e grande exigência de água”, explicou o professor.

Tecnologias sociais possuem reconhecimento local e nacional

De acordo com a pesquisa foi possível coletar água de boa qualidade a custo zero com a realização de atividades educativas e produtivas. Os resultados também refletiram-se no solo com prolongamento da umidade do solo e melhor conservação das estradas rurais pela redução da erosão. “Existem inúmeras tecnologias sociais, a maioria certificada pelo Banco do Brasil”, destacou a professora Margarida Marchetto sobre a possibilidade destas tecnologias aplicadas no Alto Pantanal serem aplicadas em outros espaços a partir do reconhecimento de instituições oficiais.

Samir Curi explicou que atualmente são abastecidas 150 bacias e duas escolas do campo com este projeto. "A gente buscou alternativas que eram eficientes em outras regiões do Brasil como as tecnologias sociais sustentáveis. A gente implantou as cisternas para consumo humano, o projeto plantando água, lago de múltiplo uso, biofossa, reservatório para a psicultura. Esses projetos tiveram resultados fantásticos”, comentou Curi sobre a captação de água de chuva que não teve custos e a água nas barraginhas prolongou a umidade na microbacia.

A Universidade Federal de Mato Grosso está no projeto em conjunto com o Incra, Juizado Volante Ambiental de Cuiabá (Juvam Cuiabá), Justiça Federal de Cáceres, Justiça Estadual de Cáceres, World Wildlife Fund (WWF), Consórcio Nascentes do Pantanal (São José dos Quatro Marcos). No apoio técnico ao trabalho estão presentes a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Prefeitura Municipal de Cáceres, Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SeducMT). O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também fazem parte do trabalho. 




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