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Política MT
Terça, 23 de dezembro de 2014, 22h56

Planos de Casildo incluem repassar experiência política aos mais jovens


Os planos para depois de 31 de janeiro de 2015 já estão feitos. O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) quer viver, por algumas semanas, um período de imersão em inglês em uma tradicional universidade na Inglaterra, junto com sua mulher, Ivone. O folheto com as informações sobre o curso descansa em cima de sua mesa no gabinete do Senado.

Mas Casildo ainda hesita em falar sobre o assunto. A ideia de ficar mais de um mês longe da rotina política do país parece soar estranha ao senador.

Talvez saiba que, ao voltar da imersão na Inglaterra, continuará rondando a política. Em um discurso de despedida no Plenário do Senado, com a presença da esposa e de um dos filhos, Jandrey, engenheiro mecânico que deixou a Alemanha, onde vive, para acompanhar a despedida do pai, Casildo negou que vá “colocar pijamas”.

- Para descansar, a gente tem a eternidade – tem repetido.

Seus planos são acompanhar a política catarinense, repassar a experiência aos políticos mais novos e colaborar para melhorar a política do país.

Não sem razão, o senador confessa um certo estranhamento com a decisão de deixar a vida pública. Aos 72 anos, Casildo encerra em janeiro 52 anos de uma vida pública que teve início em 1962, quando, aos 20 anos, foi eleito vereador em Modelo, cidade no oeste de Santa Catarina onde foi criado.

- Foi há tanto tempo, que a gente pedia voto e ia trabalhar a cavalo - lembra.

Da Câmara Municipal, os próximos passos foram ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, ser reeleito para o cargo e, em seguida, chegar a deputado federal em Brasília. A experiência parlamentar acabou por lhe render a vaga de vice-governador do então candidato peemedebista Pedro Ivo Campos. Era o ano de 1986, eles saíram da campanha vitoriosos, entretanto, um câncer tirou a vida de Pedro Ivo ainda na metade do mandato, o que levou Casildo a governar Santa Catarina por quase dois anos.

Primeiro governador vindo do oeste catarinense, região de tradição agrícola do estado, o senador ficou conhecido pelo jeito peculiar e espontâneo com que conduziu o governo.

Simpático, defensor do diálogo como solução para os problemas e dono de um humor peculiar, o então governador chegou a ser protagonista de um livro que reuniu as “pérolas” de seus discursos ao longo do mandato. O “Casildário” já conta com dois volumes – o primeiro, lançado em 1991, e o segundo, lançado após a passagem de Casildo pelo Senado em 2003, todos com edições esgotadas.

Defesa Civil

A atuação no governo, porém, não foi só de alegrias. Casildo viveu o lado difícil do Executivo ao presenciar enchentes que destruíram cidades e deixaram centenas de desabrigados em vários pontos do estado, sem ter recursos materiais ou financeiros para atender as vítimas. A impotência do governo diante da situação marcou o catarinense, que guardou consigo a necessidade de reformular a Defesa Civil do país. Mais do que apenas socorrer vítimas, era preciso atuar na prevenção das tragédias.

A lição virou bandeira quando chegou ao Senado para seu primeiro mandato em 1995. Apresentou projeto criando o Fundo da Calamidade para atender as ações de Defesa Civil nos municípios. O projeto, porém, acabou arquivado ao fim da legislatura.

Em 2011, ao voltar ao Senado depois que Raimundo Colombo, de quem era suplente, renunciou para se tornar governador, retomou a luta pelo fortalecimento da Defesa Civil. Foi relator da Comissão Temporária de Alterações no Sistema Nacional de Defesa Civil e da Medida Provisória (MP) 547/2011, que definiu a Política Nacional de Defesa Civil, retomando a discussão sobre o fortalecimento do órgão e sobre a necessidade de se investir em prevenção.

Jornada da Unidade

Entre uma passagem e outra pelo Senado, Casildo ocupou por oito anos a direção do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES) e foi presidente do PMDB de Santa Catarina por três mandatos consecutivos.

No comando do partido, foi responsável pela mobilização da militância peemedebista, percorrendo o estado no que ficou conhecido como “Jornada da Unidade”, assegurando ao PMDB um resultado recorde nas eleições municipais de 2000: 114 prefeitos, 90 vice-prefeitos, 945 vereadores e mais de 927 mil votos. O protagonismo no fortalecimento do PMDB catarinense o transformou em presidente de honra do partido em 2004.

Raízes do interior

Ex-seminarista, primogênito dos nove filhos de um casal de colonos, Casildo manteve a simplicidade de quem cresceu no interior. Casado com Ivone, pai de três filhos – Josaine, Jandrey e Janiara –, o senador até hoje vota no colégio eleitoral que o elegeu vereador em Modelo, na década de 60. E que na última eleição contou apenas com ele e mais 114 eleitores.

A ligação com a cidade de origem se manteve também na política. Carmelito, irmão de Casildo falecido em 2011, foi prefeito de Modelo por duas vezes. Celso, outro irmão, é deputado federal, casado com Rosimar Maldaner, prefeita de Maravilha, cidade vizinha a Modelo. 




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