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Sábado, 01 de agosto de 2015, 10h42

CPI da Petrobras mantém convocação da advogada Beatriz Catta Preta


Fot:Reprodução/TV Câmara
 

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse nesta sexta-feira (31) que está mantida a convocação da advogada Beatriz Catta Preta, ex-defensora de vários delatores da Operação Lava Jato, inclusive do empresário Júlio Camargo, que acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de envolvimento em recebimento de propina, acusação negada por Cunha.

Motta lançou suspeitas sobre a origem dos honorários recebidos pela advogada. Catta Preta disse estar se sentindo “ameaçada” pela CPI, em entrevista na quinta-feira (30) à TV Globo. Segundo o presidente da CPI, a advogada está usando uma estratégia de “vitimização” para não esclarecer as dúvidas da comissão.

“Ela tem que esclarecer quem está ameaçando a sua família. Tem que ir à Polícia Federal, à polícia do seu estado. A CPI quer saber quem a está ameaçando. A CPI não ameaça ninguém. Isso leva a questionamentos de que ela usa a vitimização para não explicar a origem dos seus honorários. Essa vitimização não vai intimidar a CPI. A CPI será um grande palco para que ela tenha oportunidade de dizer quem a está ameaçando”, disse Hugo Motta.

A data para eventual comparecimento da advogada, porém, não foi definida. Decisão do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a desobriga de falar sobre honorários. “Mas ela pode esclarecer outros fatos, inclusive sobre a suposta ameaça”, disse Motta.

Acusações

A advogada deixou os acusados que defendia na Operação Lava Jato, fechou o escritório em São Paulo e foi para os Estados Unidos depois de convocada pela CPI e após Júlio Camargo, um de seus clientes, ter mencionado o presidente da Câmara, Eduardo cunha, como um dos beneficiários de propina supostamente paga por empresas que alugavam navios-plataforma para a Petrobras – as asiáticas Toyo Setal, a Samsung e a Mitsui. Cunha nega as acusações.

Segundo Hugo Motta, a menção a Cunha, de quem ele se diz “amigo”, só ocorreu no quinto depoimento do delator. “Ou ele estava mentindo antes ou está mentindo agora”, disse Motta, que rebateu acusações de que a CPI estaria protegendo alguém ao investigar os delatores do esquema por meio da empresa de investigação internacional Kroll, contratada para buscar dinheiro escondido no exterior pelos acusados de envolvimento em irregularidades na Petrobras.

“Delatores podem ser investigados pela Kroll, sim. É preciso investigar se eles devolveram tudo o que desviaram. Isso não é retaliação. Quem garante que os delatores não estão mentindo? Não dá para fazer um pedestal e venerar gente como Paulo Roberto Costa [ex-diretor de Abastecimento da Petrobras] e [o doleiro] Alberto Youssef só porque eles admitiram que roubaram”, disse Hugo Motta.

Convocação unânime

De acordo com o presidente da CPI, as convocações da advogada e de Júlio Camargo foram aprovadas unanimemente por todos os integrantes da CPI, antes mesmo de o empresário mencionar o nome de Cunha. “Uma coisa não tem relação com a outra”, disse.

O contrato da Câmara com a Kroll foi defendido pelo presidente da CPI. “A Kroll foi contratada para descobrir ativos no exterior e repatriá-los, e isso aconteceu antes mesmo de surgir o nome do presidente da Câmara”, disse. Segundo ele, a Kroll foi contratada em 5 de março, e o nome do presidente da Câmara surgiu em um pedido de abertura de inquérito pelo Ministério Público Federal três dias depois.

Eduardo Cunha tinha sido apontado como beneficiário de propina pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo o doleiro, Cunha pressionou Camargo, então representante da Toyo Setal, para que ele pagasse propina ao PMDB, por intermédio de Fernando Soares (preso em Curitiba). A pressão teria sido feita por meio de requerimentos de informação feitos pela Câmara. Cunha nega as acusações, e o próprio Camargo não tinha confirmado a versão do doleiro.

Camargo, porém, alterou o que tinha dito e acrescentou a versão segundo a qual Cunha teria recebido R$ 5 milhões de propina. O delator alegou não ter mencionado isso nos depoimentos anteriores por medo. O presidente da Câmara nega a acusação, bem como o PMDB e Fernando Soares.

Júlio Camargo também foi convocado a depor pela CPI, mas o depoimento ainda não foi marcado. “Vamos fazer uma reunião na próxima semana para definir o calendário”, disse Hugo Motta. 




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