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Política MT
Domingo, 04 de outubro de 2015, 11h01

Governo obtém sucesso no trabalho de reintegração social


Exemplos de sucesso começam a mudar a opinião das pessoas que antes enxergava nos presos cidadãos sem nenhuma possibilidade de recuperação.

Vilma Ester Nogueira dos Santos, 86 anos, nunca entrou em uma unidade penitenciária, sempre achou que lugar de “bandido” era na prisão e que de lá eles deveriam sair “direto pro cemitério”. “A gente sempre ouviu falar que 'bandido' tinha que ser preso e que, se fizesse coisa muito errada, tinha mais é que morrer mesmo”. Contudo, a percepção do tratamento dado a cidadãos privados de liberdade mudou quando um de seus sobrinhos foi preso.

“Com 23 anos meu sobrinho mais querido foi preso, envolvimento com droga, e eu demorei a aceitar, foi muito duro”. Após cumprir pena na Cadeia Pública de Cáceres, o parente de Vilma, que preferiu não se identificar, conseguiu uma colocação no mercado. “Nem em meus sonhos eu imaginava que uma pessoa podia ser 'restaurada', foi uma maravilha o que os governantes fizeram pelo meu sobrinho que eu cuido como filho, não tem preço”.

O processo de reinserção social pelo qual muitos recuperandos passam mudou a vida de diversas famílias, e para melhor. O piloto Marialdo Gomes, preso por tráfico de drogas, conseguiu o benefício por apresentar bom comportamento. “Trabalhei na área de serviços gerais num empresa de coleta de lixo aqui de Cáceres e me dediquei tanto que fui promovido ao cargo de gerente”. Ter esta oportunidade, diz Marialdo, faz com que acredite que o governo se importa sim com pessoas como ele. “Não é ninguém dizendo pra mim que algo vai acontecer, já está acontecendo. O orgulho de meus familiares, que me veem lutando para mudar meu destino, transformou a vida de todos, pra melhor”.

Resultados como este vêm do trabalho realizado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso (Sejudh-MT), por meio da Fundação Nova Chance (Funac), órgão responsável por reinserir na sociedade cidadãos que cumprem pena judicial. “Buscamos proporcionar educação e qualificação aos recuperandos, principalmente por meio de parcerias com instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Conselhos da Comunidade, empresas privadas, Poder Judiciário, prefeituras e todos que quiserem contribuir para ajudar estas pessoas e suas famílias”, explica a presidente da Funac, Cintia Nara Selhorst.

O titular da Sejudh, Márcio Frederico de Oliveira Dorilêo, destaca que o Governo do Estado tem se esforçado para promover o crescimento cultural dos assistidos; inseri-los no mercado de trabalho, já qualificados; e dar assistência familiar aos detentos. “É importante conceder direitos aos presos, como o trabalho e o estudo. O papel do trabalho no processo de (re) inserção social, como ocupação da mente, é um benefício para a saúde física e mental do recuperando, cumprindo com a função de ocupar seus pensamentos de forma a não ficar centrado na pena”.

A oportunidade de trabalho dada pelo Estado ao recuperando também é compreendida como um produtor de vínculos, auxiliando o detento nas suas relações sociais. “Meu sobrinho começou a trabalhar e as pessoas de lá viram que ele queria mudar e deram chance. Hoje ele tá recuperado sim e isso fez eu mudar o jeito que eu via essas pessoas”, conta Vilma dos Santos, que completa, "lá na igreja todo mundo agora acredita que essas pessoas que desviam do caminho podem voltar a ser gente como todo mundo aqui fora".

“O trabalho como uma prática que promove integração e legitima socialmente os indivíduos, favorecendo o reconhecimento nas diferentes classes sociais, grupos e comunidade, entendendo a oportunidade de voltar a trabalhar como forma de ampliar as possibilidades da inserção social e melhorar níveis de saúde. É este o trabalho que procuramos fazer aqui na Sejudh”, defende o secretário adjunto de Justiça, Luiz Fabrício Vieira neto, que responde interinamente pela Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (Saap).  




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