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Política MT
Quarta, 29 de fevereiro de 2012, 15h03
Porque sou negro?

Líder comunitário denuncia sofrer discriminação racial na prefeitura de Várzea Grande



"Não me atendem porque sou negro. Sou discriminado, sinto isso, pois quando chega uma pessoa branca ela vai passando na frente" - desabafa Dito do Nova Fronteira.

Alberto Romeu
PlantãoNews

Visivelmente irritado, o líder comunitário Benedito Carmindo das Chagas, do bairro Nova Fronteira, em Várzea Grande, reclamava agora há pouco de sofrer discriminação racial na prefeitura de Várzea Grande. "Não me atendem porque sou negro. Sou discriminado, sinto isso, pois quando chega uma pessoa branca ela vai passando na frente" denunciou, referindo-se ao fato de não conseguir falar com o prefeito Tião da Zaeli e também com secretários da administração. Ele reclamou dos secretários que não ouvem os moradores e não sentem a situação em que vivem.

O líder comunitário denuncia que foi barrado ao tentar falar com uma chefe de setor. "Quando fui entrar na sala dela ela mandou eu esperar lá fora, mesmo sabendo que eu a procurava a pedido da primeira-dama, dona Miriam. Não aguentei. Perguntei se era por causa da minha cor e por eu ser pobre" detalhou Dito, relatando que a situação é frequente na prefeitura. Ele reclamou da chefia de gabinete,  'que trata a gente com pouco caso'. "Nunca me dão retorno. Não consigo falar com o prefeito [Sebastião dos Reis] de forma digna, nunca me deixaram entrar no gabinete dele" reclama ressaltando que quando consegue é "cercando o prefeito". Quero ser tratado de forma digna" cobrou, durante entrevista ao PlantãoNews.

O líder comunitário esclarece que não tem nenhum problema pessoal com o prefeito Sebastião dos Reis ou com a primera-dama Miriam “que tem um coração bom”, e aponta que o prefeito está mal assessorado e de gente que não deveria estar no cargo. “Os secretários estão afundando o prefeito. O Tião precisa por gente que goste da população pobre. Que converse com o cidadão, ouvir os problemas, saber o que querem. Eles [os secretários] não estão ouvindo as lideranças, estão correndo com as lideranças”.
Morador há mais de 20 anos no bairro Nova Fronteira, Dito diz que o bairro de um todo sofre com a falta de respeito, citando que as crianças não estudam no local e são obrigadas a se deslocarem a outros bairros por conta da escola (Escola Estadual Terezinha de Jesus da Silva )que deveria atender o ensino fundamental ter sido transformada em escola estadual. "As crianças correm risco de estupro, vão estudar longe por conta da escola que foi 'desviada' " para o Estado.

Dito do Nova Fronteira ressalta que o descaso chega a tanto que “já faz um tempo que estamos esperando o serviço de uma patrola e não é feito simplesmente porque falta um pneu” e desafia: “vamos ter que comprar um pneu e dai a gente faz o serviço”.

O PlantãoNews está mantendo contato com a prefeitura para esclarecer a situação.



29/02/12, 20:48
WELLER MARCOS DA SILVA disse:

Benedito você tem toda razão em reclamar, em denunciar e exigir bom tratamento, pois é prática geral nas repartições públicas em Mato Grosso, o maltrato às pessoas simples, pobres, negras e vestidas com humildade. Na SECOM da Assembléia Legislativa, existe uma funcionária que faz a mesma prática. Já levamos o assunto ao conhecimento do Deputado Presidente e para mais 8 parlamentares que prometeram agir. Gente sem educação, que pensa estar fazendo favor em atender à população tem que ser excluída do convívio com a sociedade. isso é crime, e por muito menos outros já foram devidamente punidos. Lute e pode ter certeza do nosso apoio integral contra esses animais irracionais!


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