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Polícias
Quinta, 26 de março de 2015, 18h09

Justiça Comunitária vai até a população


Lino Ferreira da Cunha, 73 anos, está separado há 20 anos da primeira esposa, mas nunca se divorciou judicialmente. Por conta disso, mesmo vivendo há sete anos com Eva Batista de Freitas (68), nunca pensou em se casar. Conversando com o gerente do Programa Justiça Comunitária, Paulo Dias, ele descobriu que era muito fácil se divorciar, já que não tem filhos do primeiro casamento e nem tem bens. "Ele falou que é só fazer no cartório, é de graça, e ele ainda vai ajudar", comentou o idoso.

Durante a conversa, o casal descobriu ainda que poderiam se casar assim que saísse o divórcio e que também poderiam conseguir isenção da taxa de aproximadamente R$ 1,3 mil que tem que pagar ao cartório extrajudicial. Ela comemorou. Ele ficou pensativo.

"Nós já vivemos juntos há muito tempo e vai ser bom a gente se casar. Eu tenho cabelo branco e ele também, a gente se dá bem e não tem que ter vergonha de estar noivo um do outro, né? Mas se ele não quiser, também não tem problema. O que importa é que existe amor e assim a gente vai levando. Já resolvendo o divórcio dele e a minha casa, nós vamos ficar muito felizes", comentou Eva, resignada diante da dúvida do noivo.

A conversa foi realizada durante mais uma ação da Justiça Comunitária de Várzea Grande. Desta vez os atendimentos foram realizados no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Norte, na manhã de quarta-feira (25 de março) e reuniu cerca de 100 pessoas. De acordo com a diretora do Cras, Valdete Pereira, a maioria mora nos bairros carentes próximos ao Posto Zero, onde o centro está instalado, e por conta da correria do dia-a-dia ou da distância do centro da cidade não iriam procurar ajuda da Justiça tão cedo.

É o caso de Sueli Gonçalves (48 anos), que também em sua ida ao Cras aproveitou para saber quais providências deve tomar para resolver o grande problema que tem tirado o sono dela. Ela afirma que morou por 10 anos com uma pessoa e com ele teve um filho que atualmente tem oito anos. Entretanto, desde que se separou, o ex-marido quer tomar o "barraco de duas peças" que ela vive com a criança.

"Moro no barraco no fundo do esgoto de Várzea Grande e ele já entrou até na Justiça para me tirar de lá, mas não deu certo. Terminou ele pagando pensão de R$150 para o nosso filho. Agora ele veio com a conversa de que quer tirar o barraco de novo da gente. Onde que nós vamos morar? Eu trabalho duro carpindo quintal, fazendo diária", destaca. Sueli afirma ainda que quer uma relação harmoniosa com o ex-marido, por isso não quer resolver a questão litigiosamente e sim por meio de acordo, pois sabe que existe ex-casal, mas nunca vai existir ex-filho ou ex-pai.

Ela já saiu do atendimento com todas as informações sobre os procedimentos que devem ser tomados. As informações foram repassadas pelos agentes da Justiça Comunitária. O diretor Paulo Dias afirma que atualmente o papel da Justiça é ir aos bairros para facilitar a vida dos cidadãos e oferecer simplicidade e praticidade no atendimento. Ele ressalta ainda que muitas mulheres se sentem acolhidas quando são atendidas em seus próprios bairros e por pessoas com quem elas têm vínculo de confiança.

A ação comunitária foi realizada em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e de Promoção Social de Várzea Grande. Além de atendimento médico e palestras também foram oferecidas marcações de atendimento médico e de exames papanicolau e mamografia.  




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