Juízes substitutos são capacitados em gestão

Os 26 juízes substitutos do Poder Judiciário de Mato Grosso, que tomaram posse em julho deste ano, têm passado por uma série de capacitações para estarem aptos a desenvolver a função quando forem designados para gerir uma unidade judiciária. Além de atuar como julgadores, eles também assumem a diretoria do foro da comarca, uma atividade que envolve questões administrativas e de gestão.

Tradicionalmente, o juiz da Primeira Vara Especializada de Família e Sucessões de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), Wanderlei José dos Reis, ministra capacitação sobre Diretoria e Administração Judiciária do Foro. Desta vez, o curso voltado aos novos juízes prossegue durante toda esta quinta-feira (19 de novembro), na Escola dos Servidores do Poder Judiciário Estadual.

O magistrado é doutor e pós-doutor (Itália) em Direito, além de contar com um MBA em Poder Judiciário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Wanderlei dos Reis tem experiência na gestão de foros e administração judiciária, assunto abordado em livro de sua autoria (com o mesmo nome), o quinto de sua carreira. Na publicação, ele relata a experiência como diretor do foro de Sorriso (420km ao norte de Cuiabá), por seis anos, e Chapada dos Guimarães (67km ao norte da Capital), por um ano.

Entre as orientações do curso está a prática das atividades diárias de uma diretoria de foro e as atribuições de um juiz diretor na administração da comarca, a sua dinâmica, a relação entre magistrados e servidores e os problemas mais comuns que poderão ser encontrados nas unidades judiciárias e como resolvê-los. O magistrado falou ainda dos aspectos positivos, limitações e desafios da carreira, bem como a rotina judiciária (dinâmica e fluxo de secretaria) nas unidades.

“Nesse curso estamos passando todas as atribuições de um juiz diretor de foro, previstas no Código de Organização Judiciária e na Consolidação das Normas Gerais da Corregedoria. Desde o primeiro ato que ele vai tomar na comarca como juiz diretor vamos passar nessa jornada. Os desafios são as limitações que eles terão que saber administrar”, pontuou.

Toda a experiência de Wanderlei dos Reis resultou no livro tema do curso desta quinta-feira, no qual ele relata as atividades e atribuições de um juiz enquanto responsável pela administração de sua unidade judiciária. “A meu ver, se reveste de grande importância essa disciplina para os novos juízes”, acrescentou.

Para a juíza substituta Tássia Fernanda de Siqueira, esse contato com juízes experientes que passam um pouco da vivência e da rotina, especificamente sobre a diretoria de foro, que é uma situação que irão enfrentar já em dezembro, é de vital importância. “Essa capacitação é muito relevante para a nossa formação e espero que a gente leve um pouco dessa grande experiência conosco. Enfrentaremos toda a rotina de gerir um foro, então esse trabalho prático é de muita valia para que tenhamos um bom início”, avaliou.

Mostrar as diretrizes, os caminhos. É assim que o também juiz substituto Jean Paulo Leão Rufino definiu o curso com o magistrado de Rondonópolis. Ele considera essa oportunidade extremamente importante, principalmente por ser ministrada por um magistrado que já tem vasta experiência, com resultados satisfatórios.

“Nós iremos ingressar nas comarcas já assumindo a diretoria de foro, mas sem essa experiência prática. Trazendo essas informações o juiz Wanderlei nos dá um norte, uma direção para que a gente possa realizar um trabalho a contento para o Poder Judiciário, porque a diretoria de foro nada mais é do que uma atividade-meio para a satisfação da atividade-fim, que é a prestação jurisdicional para a sociedade”, finalizou.