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Sexta, 29 de julho de 2016, 09h55

Em 11 dias, Estado e munícipios atenderam 194 ocorrências de queimadas


O Governo do Estado e as prefeituras de oito municípios atuam juntos na prevenção e combate às queimadas deste ano. O balanço dos primeiros 11 dias do período proibitivo, entre os dias 15 e 26 de julho, aponta o atendimento de 194 ocorrências, das quais 130 de queimadas urbanas e 64 de incêndios florestais em áreas rurais. Uma pessoa foi presa em flagrante no município de Cláudia.

Entre os municípios atendidos nesse período com maior incidência de queimadas estão: Alta Floresta (29), Barra do Garças (27), Cuiabá (26), Várzea Grande (15), Colíder (10), Lucas do Rio Verde (04), Chapada dos Guimarães, Nobres e Santo Antônio do Leverger (07). Um total de 260 Bombeiros Militares (BM) e 50 civis que compõem as brigadas mistas municipais estão fazendo a mobilização em Mato Grosso.

 

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Conforme o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente coronel Paulo André Barraso, as atividades dos brigadistas e militares não têm sido só apagar fogo. Eles recorreram a um método de trabalho baseada na educação ambiental e no diálogo que tem por objetivo a prevenção ativa das queimadas. “A brigada não espera ocorrência chegar, vai à campo evitar que isso aconteça, sem deixar de lado o combate”.

As obrigações começam logo cedo quando os integrantes das brigadas se dividem em grupos e fazem rondas nos municípios, orientando os moradores e produtores rurais sobre as consequências do uso inadequado do fogo. Também ministram palestras, audiências públicas e concedem entrevistas para programas de rádios e TVs com o objetivo de levar informações aos residentes das zonas rurais mais distantes.

Sinop, Cláudia, Sapezal e Aripuanã possuem brigadas mistas desde 2015 e juntos reduziram o número de focos de calor em até 88%. Barroso frisa que a proposta é diminuir as queimadas em outras regiões. Para que isso aconteça, as brigadas em Comodoro, Porto Esperidião, Poconé e Vila Bela da Santíssima Trindade começaram suas atividades nesta semana. “Nós temos vários fatores que contribuem para os riscos de queimadas e incêndios florestais, a falta de chuva que em algumas regiões já chegou a 60 dias, as altas temperaturas e os efeitos climáticos como El Niño e La Niña”.

 

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Envolvimento social

Para o 2º tenente do BM, Caique Xavier, que está à frente da brigada mista de Aripuanã, o combate com auxílio de servidores cedidos pela prefeitura tem sido muito positivo, já que sozinhos os bombeiros não conseguem estar em todo lugar. “O trabalho conjunto tem permitido o melhor gerenciamento das ocorrências e até mesmo a prevenção delas, pois toda a comunidade acabe se envolvendo”.

Das 12 ocorrências atendidas em Aripuanã, ele informa que a maioria se refere a incêndios em áreas de 5 a 8 hectares. Grande parte do fogo foi colocado para realizar limpeza de pasto e limpeza em área invadida irregularmente. Para atender às ocorrências, a brigada conta com apoio de dois militares e oito civis que passaram por uma capacitação teórico de combate a incêndio e primeiros socorros antes de iniciar o trabalho.

O prefeito do município, Ednilson Luiz Faitta, está satisfeito com a parceria. Ele acredita que pela localização geográfica do estado é comum que nessa época o número de focos de queimadas seja maior, mas ele defende que isso não abre precedência, nem justifica os incêndios. “Nossos brigadistas têm trabalho fortemente junto com os bombeiros para conscientizar as pessoas”. Para auxiliar a equipe, a prefeitura adquiriu um caminhão pipa de 20 mil litros.

Resposta rápida

Já a brigada do município de Cláudia conta com a presença de três militares e seis brigadistas. Até o momento seis ocorrências foram atendidas. Dessas, uma resultou na prisão em flagrante de uma pessoa que tentava eliminar da sua fazenda a vegetação daninha e perdeu o controle do fogo deixando as chamas se espalharam para propriedade vizinha. No total, uma área de 500 m² foi queimada. Ninguém ficou ferido.

Assim que a brigada foi ativada a equipe fez o reconhecimento estratégico do município com informações referentes aos locais de abastecimento de água, principais locais de riscos, possíveis pistas para aeronaves, identificação dos hospitais e ambulância para atendimento em caso de ocorrências com vítima. O comandante da brigada, o 2º tenente do BM Wagner Augusto da Silva, considera a cidade tranquila. “As pessoas aqui são bem responsáveis, nem por isso deixamos de fazer as rondas nos assentamentos e nas áreas rurais. Vamos também a todas as mídias da cidade e nas escolas passar informações sobre os riscos das queimadas”.

Além das oito brigas municipais mistas, o Estado conta com o apoio das 18 unidades do Corpo de Bombeiros nos municípios mais populosos e quatro bases descentralizadas que irão atender as situações mais críticas nas Unidades de Conservação, que são 46 em Mato Grosso. A proposta é ampliar esse número para 16 até o final do período proibitivo. Outro avanço é ter duas equipes de peritos para identificar e responsabilizar aqueles que desrespeitarem a lei e fazerem uso do fogo neste período.

Focos de calor aumentam

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apostam nesses primeiros 11 dias do período proibitivo 1.530 focos de calor, número 54% maior que o mesmo período do ano passado que registou 696 focos de calor. Gaúcha do Norte (595 km ao norte de Cuiabá) está no topo do ranking, com 115 registros (ou 7,5% do total), seguido por outras 19 cidades, que representam 42% ou 873 focos de calor até o momento. Entre elas estão: Campinápolis, Tangará da Serra, São Félix do Araguaia, General Carneiro, Ribeirão Cascalheira, Paranatinga, Barra do Garças, Conquista D’Oeste, Querência, Santa Terezinha, Nova Bandeirantes, Colniza, Nova Nazaré, Canarana, Rondolândia, Alto Boa Vista, Poxoréu, Cocalinho e Sorriso.

Plano de Combate

O total de investimentos entre Corpo de Bombeiros e Sema pode chegar a R$ 4 milhões, por meio de uma estrutura de atendimento descentralizada que atenderá os 141 municípios. No mês de agosto, também serão realizadas audiências públicas em dois municípios que estão no topo do ranking de queimadas e desmatamento ilegal, que são Marcelândia e Colniza, respectivamente nos dias 10 e 24 de agosto. Também foram estabelecidas diversas parcerias, com o Ibama, Ministério Público Estadual Federal e Federal, setor produtivo.

Denúncias

O período proibitivo começou em Mato Grosso no dia 15 de julho e segue até o dia 15 de setembro, podendo ser prorrogado. É importante lembrar que nas áreas rurais, utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 1 mil (pastagem e agricultura) a R$ 75 mil por hectare (em área de preservação permanente – APP). Nas áreas urbanas o uso do fogo para limpeza do quintal é crime o ano inteiro. A população pode denunciar queimadas urbanas no 193 do Corpo de Bombeiros ou nas secretarias municipais de meio ambiente. Já os incêndios nas áreas rurais, podem ser denunciados na Sema pelo 0800 647 7363 ou também no Corpo de Bombeiros. 




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