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Sexta, 14 de fevereiro de 2014, 07h35

Homofobia: Cuiabá é a número 1


 

Cuiabá foi considerada a capital mais homofóbica do País, segundo um relatório divulgado ontem. Conforme o estudo, somente no último ano, o município registrou uma taxa de 17,5 mortes para cada grupo de um milhão de habitantes. Mato Grosso foi classificado como o segundo estado mais violento contra os homossexuais.

De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais no Brasil (LGBT) 2013, divulgado pela organização não-governamental Grupo Gay da Bahia (GGB), no último ano, o município registrou 10 assassinatos contra homossexuais.

A Capital ainda ficou como a quarta colocada em número geral de mortes, perdendo apenas para Manaus (AM) e Recife, que tiveram 12 assassinatos, tendo um número muito superior de habitantes, já que Manaus tem 1,9 milhão de moradores e Recife 1,7 milhão, três vezes mais do que os 570 mil habitantes de Cuiabá. João Pessoa (PB) ficou com a terceira posição geral com 11 mortes confirmadas.

Mato Grosso registrou 4,71 mortes para cada um milhão habitantes, perdendo apenas para Roraima, que teve 6,15 mortes por milhão. Em terceiro lugar ficou Rio Grande do Norte com 4,45 mortes.

Segundo o coordenador desta pesquisa, o antropólogo da Universidade Federal da Bahia, Luiz Mott, os números são apenas uma sombra da realidade, pois ainda há muita subnotificação no crimes. “Nós não temos acesso ao banco de dados da polícia e os próprios boletins de ocorrência não caracterizam os crimes homofóbicos. O nosso banco de dados é construído a partir das notícias que circulam na mídia além de informações enviadas por Ongs ligadas ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros).”

Conforme Mott, os assassinatos homofóbicos são caracterizados pelo excesso de violência na ação. Como afogamentos, atropelamentos, enforcamentos, degolamentos, empalhamentos, violência sexual e tortura. “O homofóbico não quer apenas matar a vítima, ele quer destruir a homossexualidade”.

Como no caso do funcionário público Everaldo Gioli de Andrade, 37 anos, que foi morto num terreno baldio em Cuiabá e seu carro queimado. O corpo foi encontrado amarrado, com visíveis sinais de tortura, com queimaduras feitas com pontas de cigarro e com mais de 20 golpes de facas e buracos de balas pelo corpo.

O antropólogo classificou os crimes em três categorias: homofobia individual, quando o assassino tem mal resolvido sua própria sexualidade e direciona este problema para a raiva; homofobia cultural, que pratica bullying, e, homofobia institucional, quando o Governo não garante a segurança dos espaços frequentados pela comunidade LGBT. “Como a própria presidente Dilma, que vetou kit anti-homofobia, que poderia ter capacitado milhões de jovens a respeitar aos direitos humanos dos homossexuais”.

Conforme o estudo, a cada 28 horas, um homossexual brasileiro foi barbaramente assassinado em 2013. O Brasil continua campeão mundial de crimes homo-transfóbicos registrando 80% dos assassinatos de transexuais e travestis do mundo em 2013.

Foram 312 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo uma transexual brasileira morta no Reino Unido e um gay morto na Espanha. Os gays lideram os “homocídios” 186 (59%), seguidos de 108 travestis (35%), 14 lésbicas (4%), dois bissexuais (1%) e dois heterossexuais, que foram confundidos como homossexuais.

Os dados de 2014 são ainda mais alarmantes que os do ano anterior. Somente em janeiro, foram assassinados 42 com características homofóbicas, um a cada 18 horas.

(Diário de Cuiabá)




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