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Sábado, 06 de dezembro de 2014, 16h31

Prefeitos de todo o mundo assinam compromisso para o fim da Aids em 2030


Declaração de Paris ressalta que responsáveis precisam acelerar ações por meio de um conjunto de compromissos

No Dia Mundial de Luta contra a Aids de 2014, prefeitos de todo o mundo se reuniram em Paris, França, para assinar uma declaração pelo fim da epidemia nas cidades.

Ao assinar a Declaração de Paris 2014, os prefeitos concordam em acelerar as ações para o fim da Aids em suas cidades por meio de um conjunto de compromissos.

Esses compromissos incluem alcançar as metas 90-90-90 do UNAIDS, que almejam que 90% das pessoas vivendo com HIV/Aids conheçam seu diagnóstico; que 90% das pessoas que sabem de sua soropositividade recebam tratamento antirretroviral; e que 90% das pessoas que estão em tratamento tenham sua carga viral suprimida, mantendo-se saudáveis e reduzindo o seu risco de transmissão do HIV.

"O fim da epidemia será possível se as maiores cidades do mundo agirem imediata e decisivamente para acelerar suas respostas à Aids até 2020", disse Michel Sidibé, diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/AIDS (UNAIDS).

"Uma resposta acelerada à Aids nas cidades também deverá incentivar a criação de novos programas e serviços de ponta, que poderão abrir o caminho para que as cidades abordem outros desafios de saúde pública, incluindo tuberculose, saúde sexual e reprodutiva, saúde materno-infantil, violência baseada em gênero e doenças não contagiosas", acrescentou.

No evento do Dia Mundial da Aids em Paris, os prefeitos juntaram-se ao UNAIDS, ao Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas (UN-Habitat) e à Associação Internacional de Prestadores de Cuidado em Aids (IAPAC) na assinatura da Declaração de Paris.

"As cidades de todo o mundo são atores-chave que podem acelerar a resposta para, finalmente, acabarmos com a epidemia de Aids", afirmou Anne Hidalgo, prefeita de Paris. "Nossa tarefa é, sobretudo, de caráter humano. Como representantes eleitos, nossa única escolha é demonstrar solidariedade. Em Paris, estamos determinados a assumir nossas responsabilidades e cumprir nossos compromissos."

A reunião ocorreu 20 anos após a Cúpula de Paris, na qual líderes mundiais concordaram em estabelecer um conjunto de princípios para o maior envolvimento das pessoas vivendo com HIV. Conhecido como “Princípios GIPA”, o compromisso histórico continua a orientar a resposta global à Aids hoje.

Durante o evento, o UNAIDS lançou um Relatório sobre o HIV nas cidades, que enfatiza o importante papel das áreas urbanas na eliminação da Aids até 2030. O "Outlook: The Cities Report" mostra como as cidades e áreas urbanas são particularmente afetadas pelo HIV, estimando que as 200 cidades mais atingidas pela epidemia abriguem mais de um quarto dos 35 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo.

Em muitos países, as cidades contemplam mais de metade de todas as pessoas vivendo com Aids no país. Na África Subsaariana, 45% das pessoas com HIV moram em cidades.

De acordo com o Relatório, mais de metade da população mundial vive em centros urbanos, e essa proporção deve aumentar para 60% em 2050. A grande maioria das megalópoles, definidas como cidades com mais de 10 milhões de pessoas, estarão situadas em países de renda baixa e média. Respostas aceleradas ao HIV nas cidades – sem negligenciar os esforços nas áreas rurais e outros lugares – serão, portanto, cruciais para acabar com a epidemia.

A Declaração de Paris 2014 inclui compromissos para enfocar as comunidades mais afetadas pelo HIV, mobilizar recursos para a melhor integração da saúde pública e desenvolvimento, construir e acelerar estratégias urbanas de HIV e usar a resposta à Aids como um catalisador para a transformação social positiva.

"As cidades fornecem plataformas rápidas, flexíveis e criativas para contribuir com o fim da epidemia de Aids, de modo pragmático, equilibrado e eficiente", disse Joan Clos, diretor-executivo do UN-Habitat. "As cidades podem atuar como fóruns nos quais as conexões, a confiança, o respeito e a inclusão, que fazem parte de qualquer solução sustentável, podem ser construídos".

O Relatório das Cidades compartilha a fotografia urbana do renomado fotógrafo Richard Silver. Também apresenta depoimentos de ativistas comunitários, profissionais da saúde e agentes públicos que sempre estiveram na linha de frente da resposta à Aids em várias cidades do mundo.

As histórias mostram como os mesmos centros urbanos que foram mais afetados pelo HIV, desde o início da epidemia, estão agora em uma posição única para acabar com a Aids. O documento também ressalta a importância de garantir que as pessoas marginalizadas e muitas vezes estigmatizadas – incluindo profissionais do sexo, pessoas que injetam drogas e homens que fazem sexo com homens – tenham acesso à prevenção e aos serviços de tratamento do HIV.

Enfrentar a pobreza e a desigualdade também será fundamental. No mundo todo, estima-se que 1 bilhão de pessoas vivam na pobreza, com reduzido acesso a serviços. A pobreza e a desigualdade também representam uma multiplicidade de desafios de saúde, incluindo o HIV e doenças correlatas, como a tuberculose – a principal causa de morte de pessoas vivendo com HIV.

"Devemos aproveitar este momento de oportunidades científicas inéditas para reduzir velozmente o número de novas infecções e mortes em decorrência da AIDS, sem ignorar as significativas barreiras para alcançar as metas 90-90-90 nas cidades, incluindo o estigma e a discriminação", afirmou José M. Zuniga, presidente e diretor-executivo do IAPAC.

"Alcançar essas metas requer pensar globalmente e agir localmente; ampliar os programas e recursos existentes; e implementar intervenções localmente relevantes, localmente estruturadas e localmente dirigidas para abordar a prevenção, testagem e lacunas no tratamento do HIV", analisou.

O fim da Aids nas cidades do mundo necessitará de líderes que possam inspirar e fortalecer a compaixão e generosidade dos cidadãos urbanos no sentido de gerar uma mudança duradoura. As comunidades, assim energizadas, poderão acelerar e aguçar o foco das respostas locais à Aids e compartilhar boas práticas entre os diversos centros urbanos.

Além das metas 90-90-90, o UNAIDS também faz um apelo para reduzir o número anual de novas infeções pelo HIV em adultos em mais de 75%, ou seja, 500.000 em 2020, e atingir o objetivo de zero discriminação. O UNAIDS estima que a aceleração do alcance das metas 90-90-90 evitará quase 28 milhões de novas infeções pelo HIV e 21 milhões de mortes até 2030. 




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