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Domingo, 19 de março de 2017, 09h08

Wau Shilluk, Sudão do Sul: assistência humanitária urgente


Até recentemente, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) administrava um hospital em Wau Shilluk, mas, quando os confrontos se aproximaram, MSF se viu forçada a evacuar a instalação. Agora, a organização lançou uma operação médica de emergência para oferecer apoio aos milhares de pessoas deslocadas que se instalaram no norte da cidade de Kodok, em Aburoch, e em outras áreas menos populosas no sul da cidade.

Desde o final de janeiro, cerca de 30 mil pessoas fugiram dos confrontos nos arredores de Wau Shilluk, na região do Alto Nilo, e se instalaram na cidade de Aburoch e nos bosques de Kodok. “As necessidades humanitárias daqueles que fugiram são enormes e não estão sendo atendidas”, conta Abdalla Hussein Abdalla, coordenador-geral adjunto de MSF para o Sudão do Sul. “A maioria das pessoas que fugiram deixaram tudo o que tinham para trás. Elas andaram por dias para escapar da violência e agora estão precisando desesperadamente de água, comida, abrigo e atenção médica.”

MSF tem respondido às necessidades médicas dessa população deslocada por meio da inauguração de um hospital de campanha com departamentos de internação, ambulatório e serviços de emergência em Aburoch, onde até 15 mil pessoas estão instaladas. Duas clínicas móveis também estão em operação no sul de Kodok, onde está parte da população deslocada. No decorrer das últimas duas semanas, MSF tem conduzido uma média de 300 consultas por dia, seis vezes o número de consultas que estavam sendo realizadas no hospital em Wau Shilluk antes da evacuação.

A piora da saúde da comunidade

As pessoas assentadas nessas áreas dispõem de muito pouco para sobreviver. Por semanas, elas receberam uma média de dois litros de água potável por pessoa. Ainda que tenha havido uma pequena melhora na situação nos últimos dias, a quantidade de água disponível continua abaixo do que seria considerado saudável em meio a um contexto de emergência. Entre as famílias que MSF visitou, mais de 90% estavam sem suprimentos básicos, como lonas plásticas para se proteger do sol ou do frio da noite, galões para coletar água limpa ou panelas para cozinhar.

“Nossos médicos atendem muitos casos de infecção respiratória e de diarreia aquosa, que podem ser explicados, em parte, pelas terríveis condições de vida. Crianças, gestantes e idosos estão especialmente vulneráveis nessa situação”, conta Abdalla. “Se não forem construídas mais latrinas em breve e o acesso à água não melhorar, os riscos de proliferação de doenças transmissíveis vai aumentar.”

Para a maioria das pessoas que chegam de Wau Shilluk, este não é seu primeiro deslocamento. Muitas delas viviam em Malakal e foram obrigadas a deixar a cidade por causa de confrontos. Algumas têm parentes no complexo de proteção a civis em Malakal, que é um acampamento da Missão da ONU para o Sudão do Sul, mas não têm como informá-los sobre sua situação atual.

Proteção de civis

Preocupada com a escassa assistência humanitária disponível, MSF reitera seu pedido para que todos os envolvidos nos confrontos garantam a proteção de civis. “Muitas pessoas não sabem onde se instalar porque têm medo que os confrontos as façam fugir novamente. É essencial que elas sejam poupadas de mais violência e que recebam assistência onde quer que escolham se instalar”, afirma Abdalla.

MSF visitou Wau Shilluk no final de fevereiro e no início de março, onde a equipe deu assistência a 47 pessoas que estavam na cidade e em seus arredores, principalmente idosos e pessoas com alguma deficiência que não foram capazes de deixar o local. Do total, 38 foram levadas ao complexo de proteção a civis em Malakal, atendendo a seus pedidos. Os civis remanescentes na cidade estão precisando muito de assistência e proteção. Agentes humanitários deveriam poder oferecer os cuidados necessários a essas pessoas.

MSF reitera seu pedido por respeito às instalações e pessoal médico

Durante visita recente, MSF retornou ao hospital que administrava em Wau Shilluk e avaliou as condições da instalação. “Todos os medicamentos, inclusive os essenciais, e suprimentos foram saqueados. Pedimos que aqueles envolvidos nos confrontos respeitem o status protegido das instalações médicas. Infelizmente, nosso hospital está em condições terríveis. Medicamentos para o tratamento da tuberculose, de HIV/Aids e calazar foram levados”, explica Abdalla. “Se instalações médicas não puderem operar em segurança, toda a comunidade vai sofrer.” 




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