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Domingo, 10 de dezembro de 2017, 13h44

Relatório da FAO revela problema da má nutrição em países de Europa e Ásia Central


Novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançado na segunda-feira passada (4) analisou o estado da segurança alimentar e da nutrição nos países na Europa e na Ásia Central.

O objetivo foi avaliar o progresso dos países dessas regiões na busca pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 2, que trata de erradicar a fome, conquistar segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover uma agricultura sustentável até 2030.

O documento analisou também o fornecimento de energia alimentar, indicadores nutricionais como atraso do crescimento, além de temas como desperdício, anemia, sobrepeso e obesidade, assim como as mudanças nas dietas e seu impacto em diferentes grupos populacionais.

Depois do enorme progresso alcançado nos últimos anos, a situação na região parece ter parado de melhorar. A prevalência da subalimentação manteve-se praticamente estável no Cáucaso e na Ásia Central, segundo o relatório apresentado em um simpósio regional sobre sistemas alimentares sustentáveis para a alimentação saudável.

“A pobreza continua sendo o obstáculo mais importante para a segurança alimentar”, disse Vladimir Rakhmanin, diretor-geral adjunto da FAO e representante regional para Europa e Ásia Central. “Mas existe um rumo que é preciso seguir. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) dão um marco sólido para superar os desafios enfrentados pelos países da Europa e da Ásia Central”.

Para avaliar melhor os fatores e características da insegurança alimentar na região, o relatório da FAO incluiu a nova Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (FIES, na sigla em inglês), que serve para complementar a análise do progresso sobre os indicadores do ODS número 2 sobre segurança alimentar e nutrição. Com uma análise mais oportuna e completa, a nova metodologia afirma que 14,3 milhões de adultos da região enfrentaram insegurança alimentar grave entre 2014 e 2016.

No entanto, para avaliar completamente a situação, acessou dados nutricionais compilados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o relatório, a má nutrição em uma ou mais formas (desnutrição, sobrenutrição e carências de micronutrientes) está presente em diversos graus em todos os países das regiões analisadas.

“Muitas vezes, as três coexistem, no que se chama tripla carga da má nutrição”, advertiu a especialista em políticas da FAO, Ariella Glinni, principal autora do relatório. “Não é incomum que os países registrem altas taxas de desnutrição infantil e obesidade. As carências de micronutrientes e a sobrenutrição em crianças, mulheres e homens se tornaram dois dos principais problemas de segurança alimentar e nutrição na região”.

A hipernutrição entre a população adulta é outro problema importante, segundo o relatório. Uma pessoa é obesa quando seu índice de massa corporal — para calculá-la se divide o peso em kg pelo quadrado da altura em metros — excede 30. Citando dados da OMS, o relatório aponta um aumento de 30% no número de adultos obesos no período de 2000 a 2014. A maior prevalência de obesidade foi observada nos países do sudeste da Europa, onde 26,9% dos adultos foram classificados como obesos.

As crescentes taxas de obesidade na região estão estreitamente relacionadas com a renda per capita que permite o consumo de produtos alimentares com um maior valor calórico, junto com estilos de vida cada vez mais sedentários.

Em menor medida, segundo Glinni, “como forma de má nutrição, a obesidade também pode ser resultado de mudanças nos hábitos alimentares e baixa renda associada ao consumo de alimentos mais baratos com altos níveis totais de gorduras, açúcar e outros carboidratos refinados”. A falta de conscientização sobre as dietas saudáveis contribui também para a crescente prevalência do sobrepeso e da obesidade entre os diversos grupos de renda da região.

As mulheres e os homens da região sofrem de diferentes formas de má nutrição. As mulheres em idade fértil correm um maior risco de anemia, o que representa um notável problema de saúde pública, segundo as conclusões da FAO.

Apesar de as mulheres serem as principais responsáveis por cultivar, comprar, processar e preparar a maior parte dos alimentos consumidos, para conseguir realmente mudar as coisas, as iniciativas para melhorar a nutrição devem ser dirigidas tanto a mulheres como a homens, disse o documento.

 




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