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Esporte
Sexta, 20 de novembro de 2015, 18h39

Paixão pelo vôlei une atletas e possibilita novas experiências


Foto: Viviane Saggin

Uma é de Chapada dos Guimarães (MT), a outra nasceu também em uma pequena cidade, com pouco mais de 25 mil habitantes, mas no Pará, chamada Novo Progresso. Os destinos da mato-grossense Mariane Beatriz Theodoro de Souza e da paraense Gabrielly Leandro Groth se cruzaram em Sinop, no norte de Mato Grosso, para onde suas famílias se mudaram em busca de novas oportunidades. O mesmo caminho, a paixão pelo esporte, as levou à equipe de vôlei da Escola Regina Pacis, que disputa os Jogos Escolares da Juventude (JEJs), em Londrina (PR).

Gabrielly, 17 anos e 1,75 de altura, se mudou para Sinop com a mãe e duas irmãs, estudava em escola municipal e foi convidada por duas amigas para participar de um projeto de esportes desenvolvido pela prefeitura com jovens carentes, com objetivo de descobrir novos talentos e oferecer atividade extraescolar.

Incentivada pela mãe, que também pratica o esporte, iniciou os treinos. Mas ela não foi sozinha, levou junto a irmã caçula, Sabrina Leandro Groth. As duas treinavam vôlei, basquete e atletismo, mas desenvolveram mais habilidades no vôlei. Se destacando, logo chamaram a atenção da professora e treinadora Claodete Hasselstron. Em 2011, veio a oportunidade para Gabrielly estudar no Colégio Regina Pacis, treinar e fazer parte da equipe de vôlei da escola, a convite da técnica.

No ano seguinte, também participando do projeto de esporte, foi a vez de Mariane, que tem 16 anos e 1,75 de altura, ser descoberta. Mas foi só em 2013, após uma conversa entre treinadora e a mãe, que a estudante ganhou bolsa para estudar no Regina Pacis e também fazer parte do time. Motivo de felicidade para toda a família. Destino cruzando o caminho das duas jovens.

Já atuando juntas na equipe da escola, em 2014, venceram a etapa regional dos jogos escolares. O time passou para a fase estadual, realizada em Água Boa. Porém, o sonho da Mariane de participar do campeonato foi adiado. Ela quebrou o pé e ficou impossibilitada de seguir com as colegas. Infelizmente, o time também não se classificou para a fase nacional do JEJs.

Mas 2015 está sendo diferente. Recuperada, Mariane participou das fases regional e estadual e, juntamente, com sua equipe conseguiu se classificar para a etapa nacional, na terceira divisão, para atletas de 15 a 17 anos. Um ano de realizações para ela, que pela primeira vez deixa a cidade onde cresceu, viaja de avião, conhece outro estado e jovens atletas do país inteiro. “Estou adorando. É uma experiência muito boa e gratificante. Todo mundo acolheu a gente muito bem. Além disso, temos a oportunidade de jogar em quadras de excelente qualidade, com uma estrutura melhor e de viver uma realidade diferente da que conhecemos”, afirma.

Para Gabrielly, que no ano que vem deixa a equipe, pois completa 18 anos, e vai alçar novos voos, a experiência nos JEJs tem que ser aproveitada ao máximo. “Os jovens que conseguem chegar até aqui precisam vivenciar cada momento, pois muitos outros atletas gostariam de estar no nosso lugar”, afirma, destacando que não vai se esquecer dos momentos de alegria e interação entre pessoas de idades e lugares diferentes.

A irmã mais nova

A oportunidade de estudar e jogar pela seleção da escola da irmã surgiu para Sabrina Leandro Groth em 2012. De lá para cá, a menina participou dos JEJs nas duas edições anteriores pela categoria 13 a 15 anos, e agora, pela primeira vez na categoria 15 a 17.

Pelo desempenho apresentado nos jogos, Sabrina foi convocada pela Seleção Brasileira de Vôlei para treinar em Saquarema. Ficou por lá uma semana em treinamento. Voltou para casa e decidiu que era cedo demais para deixar a família e sua cidade, morar em alojamento. Preferiu adiar um pouco a experiência. Mas no estado continua participando de campeonatos.Gabrielly e Sabrina também participaram da primeira fase dos jogos em Londrina, compondo a equipe de vôlei de praia.

Carreira

Outro objetivo em comum entre Mariane e Gabrielly é a faculdade de medicina. Assim como grande parte dos jovens que sonham se tornar médicos, elas são movidas por sentimentos altruístas de ajudar o próximo e melhorar a saúde das pessoas, e também de forma concomitante por sentimentos de ordem socioeconômica, como, ganhos financeiros futuros e empregabilidade.

Mariane pensa em se especializar em ginecologia, já Gabrielly espera descobrir maior afinidade por alguma especialidade no decorrer do curso. Mas de uma coisa as duas têm certeza: querem ajudar a dar qualidade de vida e saúde às pessoas, sem abandonar a prática do esporte. Elas consideram um desperdício deixar para trás todo o treinamento e aprendizado conseguidos ao longo do tempo dedicado ao vôlei.

Já Sabrina ainda curte o tempo na escola e se dedica ao esporte sem pensar muito no que vai cursar na faculdade. Ainda há tempo para isso.

Campanha

A equipe do Colégio Regina Pacis é composta pelas atletas Caroline Covatti (libero), Letícia Medeiros (atacante\central), Ana Júlia Moreno (atacante\central), Inara Marocco (ponteira), Laura Merber (levantadora), Miriam Moura (atacante de saída), Jhenyfer Boenig (central), além de Sabrina (levantadora\ponteira), Gabrielly (levantadora\oposta) e Mariane (central). Todas possuem bolsas de estudos, segundo a técnica não apenas por serem atletas, mas pelo trabalho social que a escola desempenha, auxiliando as famílias que não têm condições de arcar com as despesas em escolas particulares.

Elas já enfrentaram duas disputas no JEJs em Londrina. No primeiro jogo, contra a Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares, de Macapá (AP), venceram por 2 sets a 0, com parciais de 25x17 e 25x16. Nesta quinta-feira, jogaram contra o Curso Sinopse, do Piauí, com placar final também de 2x0, com parciais de 25x3 e 25x14. Com este resultado estão na semifinal.

De acordo com Claodete, o time jogou bem e venceu com facilidade a partida contra o Piauí. “Nos classificamos em primeiro na chave e estamos aguardando a definição do índice técnico para saber quem serão as adversárias”, informa, ressaltando que está esperando que o coletivo da equipe funcione novamente para que cheguem à final.A técnica destaca que além de estimular a prática esportiva, os jogos escolares têm cumprido o importante papel de formação do caráter social dos adolescentes e jovens.  




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