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Esporte
Segunda, 23 de novembro de 2015, 15h21

COB encerra evento com balanço positivo


Foto: Viviane Saggin

Mato Grosso conquistou 19 medalhas na competição

Foram dez dias de evento, aproximadamente 6 mil pessoas envolvidas – sendo mais de 3.700 estudantes –, 13 modalidades esportivas e incontáveis histórias. Entre os dias 12 e 21 de novembro, Londrina e Maringá receberam os Jogos Escolares da Juventude (JEJs) 2015, etapa de 15 a 17 anos, onde foram vivenciados momentos marcantes nos campos social e esportivo. Mato Grosso foi representado 180 pessoas, entre atletas, técnicos e oficiais. Ao todo o estado conquistou 19 medalhas, sendo cinco de ouro, duas de prata e 12 de bronze.

Organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) desde 2005, o maior evento esportivo escolar do país já mobilizou mais de 19 milhões de jovens na última década. Com as finais do último sábado, as cidades paranaenses vivem o sentimento de dever cumprido já sentido por Fortaleza (CE) – que foi sede da etapa de 12 a 14 anos, em setembro – e encerram mais um capítulo da história do esporte escolar no país.

De abrangência nacional, anualmente os JEJs têm a participação de mais de 2 milhões de jovens atletas de instituições de ensino públicas e privadas em suas fases classificatórias – municipais e estaduais –, envolvendo aproximadamente 40 mil escolas de quatro mil cidades do Brasil. “É um projeto que busca dar uma contribuição para mudar a realidade do país, mas também alcançamos o alto rendimento com o evento. Aqui nós observamos os jovens que representarão o Time Brasil nos Jogos Sul-americanos da Juventude Santiago 2017 e nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018", disse Edgar Hubner, gerente-geral de Juventude e Infraestrutura do COB e diretor-geral dos Jogos.

Mais de 90 toneladas de equipamentos foram distribuídas nos 21 locais de competição e no Centro de Convivência do evento, onde todos os participantes se encontravam para participar de atividades socioculturais e educativas, além de premiações e alimentação.

Cerca de 52 toneladas de alimentos foram utilizadas para a produção de mais de 57 mil refeições oferecidas aos atletas, árbitros, dirigentes, voluntários e organizadores. Todo o resíduo produzido foi selecionado e será encaminhado a cooperativas de Londrina para reutilização.

Infraestrutura

A rede hoteleira hospedou os visitantes vindos de todo o Brasil, sendo 21 hotéis. Para o deslocamento, apenas na cidade-sede, aproximadamente 160 veículos foram utilizados: 66 ônibus, 62 carros e 33 vans. O Comitê Organizador, em parceria com a Secretaria de Ambiente de Londrina, se comprometeu em plantar, nos próximos seis meses, mil mudas de plantas em áreas da cidade para neutralizar a quantidade de carbono emitida durante os Jogos. Já foram plantadas 80 nas redondezas do lago Igapó, dentro das atividades socioambientais do evento.

Sede do evento pela terceira vez, Londrina recebeu elogios pelo comprometimento com a edição. "A cidade acolheu pessoas vindas de todos os cantos do país de braços abertos. É sempre uma operação difícil, quando você tem o número de pessoas inscritas como nós tivemos. Os estados estão cada vez mais entendendo que os Jogos têm essa questão da competição, mas que não podem perder também o foco nos aspectos sociais e educacionais", declarou Hubner.

Para o técnico do handebol feminino, da Escola Coopercamp de Sorriso, Luiz Coty, Londrina oferece uma excelente estrutura e equipamentos esportivos, mas a organização do evento precisa afinar algumas questões, como a disponibilidade de ônibus para que as equipes assintam a outras competições. “Por precisar atender a muitas delegações, em translado para as disputas, para o refeitório e hotéis, eles não estão conseguindo disponibilizar o transporte, nós precisamos pagar táxis para conferir as partidas de times de Mato Grosso”, conta.

Igualdade de gênero

No ano em que o tema dos Jogos Escolares foi "Igualdade de gêneros no esporte", o torneio de xadrez foi histórico: pela primeira vez, em mais de uma década de evento, uma menina chegou ao pódio na prova de Blitz. A enxadrista Ramyres Santana Coelho, do Colégio Dom Bosco (PE), conquistou a medalha de bronze.

Representando Mato Grosso, as meninas também fizeram bonito. Entre elas, no judô, Priscila Souza, da Escola Estadual Padre João Panarotto, de Cuiabá, categoria pesado + 70kg, ficou com o bronze. No lançamento de dardo, Kauany Priscila Piovesan, da Escola José Domingos, no atletismo, 800 metros, Isabelle Cristina de Almeida, também da Escola José Domingos, e no salto triplo, Mireli Estali da Silva, da Escola Estadual Mário Spinelli, todas de Sorriso, ficaram com o ouro.

Nas modalidades coletivas, as meninas da Escola Coopercamp, de Campo Verde, no handebol, e do Colégio Regina Pace, de Sinop, no voleibol, conquistaram as medalhas de ouro e de bronze, respectivamente.

Para as atletas Isadora Santos, 17 anos, goleira, e Ana Paula Amaral, 15 anos, armadora, do time campeão de handebol, na segunda divisão, o evento proporciona experiências inesquecíveis aos jovens, e cada vez mais abre portas para a participação das mulheres, em modalidades antes praticadas mais pelos meninos. “No nosso esporte não tem muito isso, a participação de meninas sempre foi muito grande”, diz Isadora, acrescentando que esse crescimento é mais notório em outros esportes, mas que fica feliz pelas meninas.

Isadora sabe bem como as mulheres ainda lidam com desigualdades, mas não se intimida. Ela pretende atuar em uma área pouco comum a elas: quer ser piloto de avião agrícola, e trabalhar principalmente nas lavouras do município – maior produtor de algodão em pluma do país e com uma atividade rural diversificada. “Não conheço nenhuma mulher na profissão, mas estou decidida. Na minha cidade tem o curso, então, não precisarei nem sair de lá para me formar”, conta.

Já Ana Paula pretende fazer duas faculdades, a primeira por paixão ao esporte - que já proporcionou viagens, conhecimento e vivência com outros jovens atletas do país. Vai estudar Educação Física e depois Direito. Para isso, terá que se matricular em alguma faculdade em Cuiabá. “Muitos estudantes saem de Campo Verde todos os dias para estudar na capital. Eles vão e voltam todos os dias, em uma rotina cansativa, depois do trabalho, para estudar no período noturno”, comenta, destacando que são sacrifícios por um futuro melhor.

Outras medalhas

Os jogos ocorreram entre os dias 12 e 21 de novembro, em Londrina e Maringá. Na primeira etapa da competição, nas individuais, a delegação mato-grossense levou para casa 16 medalhas.

Nos coletivos, Além do ouro no handebol e do bronze no voleibol femininos, Mato Grosso conquistou a medalha de ouro no handebol masculino, com a equipe da Escola Estadual 13 de Maio, de Sorriso. Ao todo, a delegação do estado levou para casa 19 medalhas, sendo cinco de ouro, duas de prata e 12 de bronze.

Avaliação

Nos dias 29 e 30 de novembro, o Comitê Organizador dos Jogos Escolares e os dirigentes das delegações participantes do evento ser reúnem em Foz do Iguaçu (PR) para tratar de reformulações nos regulamentos da competição e início de processo para apresentação de possíveis sedes a receber os Jogos em 2016. Após o evento, o COB publicará um novo caderno de encargos, mais enxuto, e as cidades e os estados terão até o início de fevereiro para fazer essas manifestações oficialmente.

A respeito de mudanças nos Jogos Escolares, Hubner lembra que tais possibilidades acontecerão em virtude do atual contexto econômico global. "Com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo mundo, nem sempre conseguiremos uma sede que tenha pista sintética, ou uma piscina de 50 metros, ou um Centro de Convenções, porque as cidades estão com menos verbas, com compromissos orçamentários diferentes. O Comitê Olímpico Internacional (COI) lançou a Agenda 2020, que fala sobre sustentabilidade, transparência, questões econômicas, e nós não podemos deixar de seguir essa tendência”, ressaltou.

No contexto de mudança para 2016, o diretor-geral atenta para dois desafios: readequação operacional dos Jogos e fortalecimento do formato do evento. "Não podemos aumentar as modalidades, crescer o número de atletas, nem ampliar o número de dias, porque isso também cria dificuldades. Outro desafio é identificar uma cidade que tenha condições de receber uma etapa no Norte e Nordeste, por questões de deslocamento de equipes, por exemplo", afirmou.

A valorização do professor de Educação Física é outro ponto de fundamental importância para o sucesso dos JEJs. "Temos que valorizar o profissional de Educação Física, porque no final quem consegue manter o esporte vivo são eles. Trocam os governantes, os prefeitos, os secretários, as crianças, e o profissional continua lá, motivando os jovens o dia todo", finalizou.
 




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