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Esporte
Segunda, 30 de novembro de 2015, 10h19

Esporte ajuda irmãos a superar dificuldades


Foto: Viviane Saggin

Para quem é cego ou com baixa visão a rotina do dia a dia já é um grande desafio: ruas e calçadas esburacadas, falta de pisos táteis, transporte com pouca ou nenhuma acessibilidade, além do preconceito. Os irmãos cuiabanos Raí da Silva Souza, 17 anos, e Miller da Silva Souza, 16 anos, sabem bem o que é isso. Com alto grau de deficiência visual, buscam no esporte o ânimo que precisam para superar as dificuldades.

 Os garotos, que nunca tinham saído de Cuiabá, fizeram parte da equipe de para-atletas que representou Mato Grosso nas Paralímpiadas Escolares, categoria de até 17 anos, realizadas em Natal, entre os dias 23 e 27 de novembro. Raí, o mais falante e desinibido da dupla, foi medalha de bronze pela natação, nos 50 metros livres, já Miller, tímido e avesso a longas conversas, pelo judô.

 A família Silva Souza tem cinco filhos, uma menina e quatro meninos, sendo que três possuem baixa visão. Raí enxerga 20% em um dos olhos e 5% no outro, enquanto Miller tem 30% e 20% de visão. Mesmo com as limitações, os garotos frequentam a escolar regular. O mais velho está no 1º ano do Ensino Médio, na Escola Estadual Leônidas, e o caçula na 8ª série do Ensino Fundamental na E.E André Avelino Ribeiro. Bons alunos, têm notas acima da média e gostam dos cálculos: a matemática é a disciplina preferida de ambos. Os meninos se dão bem na escola, têm muitos amigos e se sentem acolhidos pela comunidade escolar.

 A mãe, diarista, e o pai, operador de máquinas, são os maiores incentivadores para que os filhos pratiquem esportes, atividade encarada com seriedade há apenas um ano – quando começaram a frequentar o Instituto dos Cegos do Estado de Mato Grosso (Icemat). A instituição mantém uma escola especial para deficientes visuais, que oferece atividades sobre a vida diária, alfabetização em braile, informática, música, atividades desportivas e ainda é a responsável pelo deslocamento dos alunos.

 Os irmãos Raí e Miller começaram no judô, mas aos poucos foram apresentados a outras modalidades. Já se interessaram pela natação, futsal e goalball – modalidade desenvolvida exclusivamente para pessoas com deficiência visual. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento) e as partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10. Cada equipe conta com três jogadores titulares. De cada lado da quadra tem um gol com nove metros de largura e 1,2 m de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária.

 Esta, inclusive, é a modalidade que no momento desperta mais interesse em Miller. Infelizmente, ele não conseguiu competir pelo judô nas Paralimpíadas por não ter passado em no exame classificatório. Mas isso não o desanimou, como ainda está com 16 anos tem a possibilidade de voltar no ano que vem e competir por Mato Grosso. “Vou treinar goalball com o professor Marcelo e tentar a vaga para 2016. Já conhecia o jogo, mas no evento fiquei ainda mais interessado”, revelou, se referindo ao técnico Marcelo Gomes Alexandre, que acompanhou a equipe mato-grossense em Natal e que treina os garotos em Cuiabá.

 

Para Raí, a superação por meio do esporte mostra para muitas pessoas que existe como vencer as adversidades impostas pela vida. “Todo mundo pode conquistar seus objetivos, mas como em qualquer outra atividade no esporte é preciso muita determinação, trabalho e superação”.

 

Como todo adolescente, nas horas de lazer eles gostam de passear com os amigos, ir ao shopping e tomar banho de cachoeira. Sobre a experiência em Natal, os dois concordam que foi uma viagem muito emocionante. Mas enquanto um queria curtir uma praia o outro queria mesmo era saber de sombra e água fresca. Raí se encantou com cidade e com o mar, já Miller gostou mesmo foi do conforto do hotel – a cama macia e confortável, segundo ele, era muito convidativa. 




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