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Esporte
Terça, 09 de fevereiro de 2016, 19h22

Estreante, Rafael Andrade quer bater marca pessoal na ginástica de trampolim


A ginástica de trampolim integra o programa dos Jogos Olímpicos desde a edição de Sydney, em 2000. Contudo, será no Rio de Janeiro que o Brasil verá o seu primeiro representante em ação no evento. A missão é de Rafael Andrade, ginasta de 29 anos nascido em Goiânia (GO), que carimbou o nome após o Mundial da Dinamarca, em novembro de 2015. Em agosto deste ano, ele pretende alcançar a maior pontuação da carreira.

Para conseguir a classificação direta para as Olimpíadas deste ano, ele precisaria terminar entre os oito melhores da competição. Sua meta, menos audaciosa e diante de fortes adversários, era ficar no grupo dos 24 mais bem colocados. Assim, ele teria a chance de buscar a vaga por mérito durante o evento-teste, em abril, no Rio de Janeiro, quando será fechada a lista dos 16 que competirão nos Jogos.

Contudo, Rafael terminou em 36º lugar no Mundial, com 102,325 pontos. Sem a vaga por mérito técnico, restava a disputa interna do país, já que o Brasil, como sede dos Jogos, classificaria para as Olimpíadas o atleta com o melhor resultado na Dinamarca.

“Era uma competição difícil e a disputa pela vaga também era com o feminino, porque só tinha uma para o Brasil. O meu grupo foi o primeiro a competir e precisei esperar o dia inteiro para ver o ranqueamento. Eu sabia que tinha feito uma boa competição, mas que precisava de um pouco mais para entrar no grupo do evento-teste”, lembra.

Na disputa interna, o ginasta goiano precisava terminar na frente dos compatriotas Luiz Arruda Júnior (72º lugar), Carlos Ramirez Pala (107º), Camilla Gomes (43º), Ingrid Maior (48º) e Daienne Lima (76º). “Eram menos atletas no feminino. Estava mais fácil para elas e o que contava era o ranqueamento. Comecei a olhar o resultado depois que elas competiram e eu estava bem próximo da Camilla. A cada grupo, ela foi caindo e eu, me mantendo. Nos últimos grupos, vi que tinha chance, mas esperei ouvir da equipe, oficialmente, que a vaga era minha”, conta Rafael, que já tinha feito história em 2011, quando ficou com a prata em Guadalajara, sendo o primeiro brasileiro a subir ao pódio em Jogos Pan-Americanos.

“Foi a realização de um grande sonho. Eu decidi nos dois últimos anos me dedicar só ao trampolim, treinar no exterior e concorrer à vaga. Fiz o melhor que podia em termos de treinamento e preparação, morando na Alemanha e principalmente na Inglaterra”, explica o ginasta, que está na modalidade desde os dez anos e integra a seleção brasileira desde 2005. “O Mundial foi o resultado de todo esforço que eu fiz e o melhor que poderia ter acontecido para mim”, comemora.

Contemplado com a Bolsa Atleta internacional do Ministério do Esporte, Rafael continuará morando e treinando na Europa até os Jogos Olímpicos, onde aproveita o contato com técnicos e atletas de diversos países. O objetivo, agora, é ultrapassar a pontuação alcançada na Dinamarca e conseguir, no Rio de Janeiro, uma superação pessoal.

“Quero fazer meu recorde de pontuação nas Olimpíadas e, para isso, aumentar de pouquinho em pouquinho nas competições até lá. Meu recorde hoje é o do Mundial, mas ainda não foi exatamente como eu esperava. Vou treinar bastante para conseguir cerca de 105 pontos nas Olimpíadas. Seria a competição perfeita para mim”, estima.

Antes dos Jogos, o ginasta competirá em etapas da Copa do Mundo em Baku, Suíça e Itália, além do evento-teste, no dia 20 de abril, na Arena Olímpica do Rio. “Quero sentir como vai ser essa atmosfera no Brasil e ter uma primeira impressão para me preparar psicologicamente”, planeja. “Estou tentando me controlar e não deixar a ansiedade tomar conta, como aconteceu no Pan do Rio, em 2007”, compara. Na ocasião, Rafael terminou com o oitavo e último lugar.

Projeção

“Na nossa meta, será um excelente resultado se o Rafael ficar no Top 12 das Olimpíadas”, calcula a técnica e coordenadora da seleção brasileira, Tatiana Figueiredo. Além da posição do brasileiro na lista final, contudo, a participação inédita nos Jogos terá um significado ainda mais importante: “Espero que a modalidade cresça, se torne conhecida, com mais crianças, clubes e estados praticando o trampolim. Espero que a visibilidade dê esse impulso”, deseja.

Nos Jogos Olímpicos, a ginástica de trampolim é disputada apenas em provas individuais, no masculino e no feminino, sendo que os atletas precisam apresentar duas séries (obrigatória e livre). A soma das notas define a classificação para a final, com oito ginastas. Em outras competições, há também diferentes provas, como a sincronizada.

Além da prata de Rafael Andrade em Guadalajara, o Brasil ainda foi bronze no Pan de 2007, no Rio, com Giovanna Matheus, que também já foi medalhista na etapa do Japão da Copa do Mundo, em 2011. “A modalidade está crescendo, mas ainda precisa evoluir mais para ficarmos entre os melhores do mundo, e ter mais atletas praticando”, avalia Tatiana.

A ginástica de trampolim foi uma das modalidades beneficiadas com a compra de mais de mil equipamentos a partir do convênio, celebrado em 2010, entre a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e o Ministério do Esporte, no valor de R$ 7,2 milhões. Com os recursos, foram equipados 16 centros de treinamento, em 13 cidades, que integram a Rede Nacional de Treinamento. Além disso, em 2014, outro convênio (R$ 676,9 mil) foi destinado à participação das seleções (artística, rítmica e de trampolim) em aclimatações e mundiais, como preparação para os Jogos Olímpicos. 




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