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Esporte
Quarta, 14 de setembro de 2016, 07h39

Refugiado sírio realiza sonho em estreia na natação das Paralimpíadas


“Meu sonho se realizou 22 anos depois, aqui no Brasil”. Foi assim que Ibrahim Al-Hussein, nadador sírio da equipe de atletas paralímpicos refugiados, descreveu sua estreia nas águas da Rio 2016. Na manhã desta segunda-feira (12), o competidor participou das eliminatórias dos 100 metros nado livre da categoria S9.

“Competir nas Paralimpíadas foi um sentimento muito bonito”, contou. “Eu considero o esporte o elemento mais básico e importante da minha vida, muito mais importante do que comida (por exemplo). O esporte é minha vida”, acrescentou.

Al-Hussein fez o percurso de ida e volta na piscina do Estádio Aquático Olímpico em 1m20s98 — tempo que representou uma melhora de quase três segundos na comparação com a marca com que se classificou para os Jogos, mas que não foi suficiente para conseguir uma vaga na final.

 

Foto: ACNUR / Benjamin Loyseau
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O refugiado nadou na mesma bateria da qual participaram os brasileiros Lucas Mozela, com uma marca de 1m00s48, e Vanilton Filho,que ficou em décimo na classificação final, com um tempo de 58s51. Os três não seguiram adiante para disputar medalhas.

“Hoje, eu não fui capaz de atingir uma marca muito boa. Tenho esperança de que amanhã farei um tempo melhor”, disse Ibrahim, que compete na terça-feira (13) por uma vaga na final dos 50 metros livre.

O sírio destacou que ficou sem praticar esportes por cinco anos antes de começar a treinar novamente e que esse intervalo é um dos motivos de sua performance aquém do esperado. “Eu só retornei aos esportes há um ano e meio”, afirmou.

Após perder a parte inferior da sua perna direita em uma explosão, em 2013, Ibrahim fugiu para a Turquia, onde passou a maior parte do ano seguinte reaprendendo a andar. Em 2014, foi para a Grécia, onde retomou os treinos e as competições de natação.

“Eu gostaria de ir a todos os refugiados de todos os países no mundo e lhes dizer que temos esportistas homens e mulheres fortes e capazes entre os refugiados, e não apenas na natação, mas também em outros esportes”, ressaltou o atleta.

Entre o público do Estádio Aquático Olímpico, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Philip Craven, descreveu a performance de Ibrahim como “incrível”.

A respeito da deficiência do atleta em particular e dos competidores das Paralimpíadas em geral, o dirigente disse que “não vê lacunas, apenas um corpo que é capaz de produzir movimento”. “Eu simplesmente acho ele (Ibrahim) fabuloso”, afirmou em coletiva de imprensa logo após a prova do sírio.

Craven falou ainda que a equipe de atletas paralímpicos refugiados é uma “grande oportunidade” para que eles possam fazer parte de um mundo diferente das realidades de sofrimento com que muitos tiveram de lidar em suas vidas em meio a zonas de conflito.

“É muito importante para o mundo e particularmente mais importante para os atletas individualmente que nós enviemos uma mensagem para o planeta de que nós faremos o que pudermos para apoiar (pessoas vivendo) nessa situação (de deslocamento forçado) e torná-la um lugar melhor para viver”, disse. 




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