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Em seu segundo dia de competição nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, na terça-feira (13), o nadador e refugiado sírio Ibrahim Al-Hussein quebrou seu recorde pessoal na prova dos 50m nado livre da categoria S9. O atleta percorreu a piscina em 35s54, tempo quase 1s30 abaixo do que lhe rendeu a qualificação para a Rio 2016 — 37s27.
A performance surpreendente veio após o Comitê Paralímpico Internacional confirmar que, na véspera (12), o esportista também havia atingido sua melhor marca nos 100m nado livre. Al-Hussein completou o percurso em 1m20s98, quase três segundos a menos no cronômetro em comparação com seu tempo de classificação.
“Eu sempre vou lembrar do Rio por ter me proporcionado a melhor experiência da minha vida até agora. Os brasileiros são muito bons em torcer e eles realmente podem mudar o resultado da corrida”, afirmou o atleta logo depois de sair da piscina. “O melhor de tudo para mim foi fazer amizade com atletas de todo o mundo. Para mim, isso é melhor até do que uma medalha de ouro”, acrescentou.
Foto por: Benjamin Loyseau |
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Segundo Ibrahim, o que o manteve motivado para as competições dessa semana foi a oportunidade de mandar uma mensagem de incentivo para as vítimas de conflitos que foram forçadas a abandonar seus países. De acordo com ele, “ter feito a palavra ‘refugiados’ circular pelos meios de comunicação” foi um de seus principais legados nos Jogos.
O atleta aproveitou a ocasião para pedir paz em sua terra natal: “O mais importante é acabar com a matança na Síria. Por favor, parem com a guerra lá”.
Al-Hussein se comprometeu ainda a continuar se dedicando ao paradesporto. “Em março de 2017, eu tenho uma competição na Grécia, para a qual eu devo treinar agora. Espero ter a chance de participar da Tóquio 2020. Eu treinarei mais para ser ainda melhor lá”, disse.
Comitê Paralímpico Internacional vai apoiar mais paratletas refugiados
Sobre a performance de Ibrahim, o chefe da delegação de atletas refugiados, Tony Sainsbury, afirmou que a Rio 2016 foi “fantasticamente motivadora”.
“Ele melhorou apenas por estar aqui e em um intervalo de tempo muito curto”, disse o representante do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), que destacou ainda que a melhora dos tempos do nadador chegou à casa dos segundos e não apenas dos centésimos.
Segundo Sainsbury, o IPC vai apoiar Ibrahim até o campeonato mundial de natação paralímpica, previsto para 2018. “Ele tem muito potencial. É um atleta bastante cru e ainda tem (bastante) para aprender”, disse.
O chefe da delegação afirmou que o IPC já está mapeando outros refugiados paratletas para treiná-los e levá-los aos campeonatos mundiais de suas respectivas categorias esportivas.
“Há obrigações para o mundo mais amplo dos refugiados e refugiados com deficiência e é por isso que ele (Ibrahim) tem que estar aqui, para ser capaz de inspirar as pessoas em campos de refugiados que saberão que isso é uma possibilidade para eles também.”
Sainsbury disse ainda que o IPC tem esperanças de que os países de acolhimento dos paratletas refugiados abram exceções e permitam aos estrangeiros competirem como membros de suas delegações nacionais.
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