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Saúde
Quarta, 09 de abril de 2014, 09h11

Planos de saúde: tragédia recorrente


 Os médicos de todo o Brasil promoveram, em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, protesto contra os abusos das empresas de planos de saúde que tanto prejudicam pacientes e inviabilizam a prática da boa medicina. Cada estado organizou uma manifestação independente. Em São Paulo a opção foi por suspender a prestação de serviços às operadoras para demonstrar a insatisfação com os rumos do sistema suplementar.

Já bem antes da manifestação, os médicos foram orientados por suas representações a antecipar as consultas de 7 de abril, para não causar transtornos aos pacientes. O protesto foi para denunciar a forma indigna com que as empresas tratam profissionais de medicina e cidadãos, tanto uns, quanto outros, vítimas de abusos já confirmados por institutos de pesquisa de credibilidade, como o Datafolha.

Profissionais de medicina e pacientes são atacados diariamente por planos de saúde, e isso não pode continuar. Agora mesmo, as entidades médicas do estado lançaram uma campanha publicitária para conscientizar a população do problema e ainda para sensibilizá-la a lutar junto com eles para reverter esse quadro o mais breve.

Não é a primeira vez que os profissionais da área lançam mão da propaganda para dar eco às suas denúncias. Quinze anos atrás, patrocinaram outra campanha, cujo slogan era: “Tem plano de saúde que enfia a faca em você e tira o sangue dos médicos”. Lamentavelmente, a despeito da forte repercussão na mídia e no seio da sociedade, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que deveria regular o setor, pouco fez, caracterizando-se pela omissão.

O resultado é que os planos parecem viver em terra de ninguém. Pesquisa do Datafolha aponta que nove entre dez médicos sofrem pressões dos planos de saúde para reduzir exames e outros procedimentos, para evitar internações e para acelerar altas, só para citar alguns absurdos. Aliás, as interferências para acelerar altas são denunciadas por 55% dos profissionais. Daí, fica evidente que há empresas atentando contra a saúde e a vida dos pacientes somente para ganhar mais dinheiro.
Outra agravante é que os planos aumentam todos os dias o número de “beneficiários”, mas não investem na expansão da rede de atendimento. Isso explica porque o mesmo Datafolha apurou, em 2013, que oito em cada dez pacientes enfrentaram dores de cabeça para a marcação de consultas, falhas no atendimento em pronto-socorro, dificuldades para a realização de exames, cirurgias e procedimentos de maior custo.

Enfim, um festival de abusos e de irresponsabilidade que exige um basta.

João Ladislau Rosa e Renato Azevedo Júnior, presidente e diretor do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo




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