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Saúde
Sexta, 12 de setembro de 2014, 16h26

Nutricionista alerta para o Glúten: Culpado ou inocente?


Mas por que será que tem tanta gente buscando alimentos sem glúten hoje em dia? Será que eles fazem mal ou é só mais um boato que corre por aí? A professora de Nutrição da Universidade de Cuiabá – UNIC Beira Rio, Patricia Grassi, mostra os efeitos causados por estes alimentos.

Grassi informa que o glúten é uma mistura de proteínas que está sempre presente no trigo, no centeio, na aveia e na cevada. E quando citamos esses alimentos, também falamos dos seus derivados, tipo a farinha de trigo e tudo que se faz com ela, como por exemplo, os pães, bolos e biscoitos. Pois é o glúten que dá a textura macia a esses alimentos.

Outra informação importante sobre o glúten é que cerca de 1% da população mundial possui a doença celíaca. As pessoas portadoras desta doença têm uma hipersensibilidade ao glúten, que pode ser resultado de uma alergia ou de intolerância. Nestas pessoas o glúten provoca danos na mucosa do intestino delgado, impedindo uma digestão normal. Após eliminar o glúten da dieta, o intestino volta a funcionar com normalidade, entre algumas semanas a até alguns meses. Os sintomas mais comuns são diarreia, dor, distensão abdominal e inchaço.

Grassi afirma que os portadores da doença celíaca devem evitar todos os alimentos que contenham glúten, principalmente os alimentos derivados de trigo, cevada, centeio, triticale e aveia, incluindo derivados de fabricação caseira ou industrial, como pães, massas alimentícias (macarrão), biscoitos, bolos, salgadinhos, barras de cereais, quibe, pizzas, molhos brancos, granola, empanados, farinha de rosca, cerveja, uísque e vodca de cereais. “Os portadores de doença celíaca não devem consumir nem mesmo carnes e legumes empanados em farinha de trigo, ou alimentos produzidos em óleo de fritura onde tenham sido imerso outros alimentos contendo farinha de trigo. Como a doença celíaca é crônica, seus portadores devem adotar uma alimentação sem glúten que geralmente deve ser seguida por toda a vida”.

Muitas pessoas perguntam se cortar o glúten da dieta emagrece? Por que essa é uma questão que não quer calar e virou uma verdade absoluta nas revistas, programa de televisão, jornais e internet. “Bem, o indivíduo vai deixar de comer as principais fontes de carboidrato de sua dieta, como pão, bolos, doces. Uma ingestão menor de calorias vai resultar em perda de peso. Ou seja, diminuir calorias faz diminuir quilos na balança. E não por retirar o glúten. Você poderia emagrecer do mesmo jeito se retirasse açúcar, gorduras, qualquer outra substância muito presente em alimentos que tende a ser mais calórico. Dietas sem glúten é puro MODISMO”, afirma Patricia.

Por outro lado, um estudo científico da Universidade Federal de Minas Gerais, realizado no ano passado, dividiu ratos em dois grupos: o primeiro recebeu uma dieta rica em glúten, enquanto a segunda turma passou por uma dieta livre da proteína. Ao final da pesquisa, aqueles que não travaram contato com os cereais tiveram uma redução na gordura, inflamação e resistência à insulina. Vale lembrar que a experiência foi pequena e novas investigações serão necessárias para comprovar a tese. E é um dos únicos trabalhos nessa linha.

Uma das explicações usadas para banir o glúten da dieta diz que a proteína sofreu algumas modificações maléficas a partir da década de 1960. O pai da teoria é o cardiologista americano William Davis, autor do livro “Barriga de Trigo”, que já vendeu mais de 1,8 milhão de exemplares e figura há algum tempo na lista de mais vendidos do jornal New York Times. De acordo com a versão, os cruzamentos de espécies de trigo realizados pelo agrônomo Norman Borlaug (1914 - 2009) causou drásticas e prejudiciais alterações na estrutura do glúten. Essas mudanças estariam aumentando os casos de diabete, hipertensão e obesidade. Porém, não existe a menor evidência científica sobre isso. Nenhum trabalho demonstrou que essa hipótese seja verdadeira.

A ciência comprova que tivemos nas últimas décadas uma pior evolução na alimentação. Pois teve uma procura maior pelos alimentos industrializados, processados, redes de fast foods, congelados, self-services, alimentos estes ricos em óleo, sódio e açúcar. Deste modo, as pessoas não cozinharam mais em casa e não tiveram tempo de comer e celebrar com a família. Por isso, é que se tornou um dos fatores que nos levou a diminuição da qualidade de vida, com a falta da alimentação saudável e a prática dos exercícios físicos, tornando a população mais obesa.

Para finalizar Patricia alerta a população para ficar atento e não acreditar em MODISMOS, e sim ir atrás de comprovações científicas e profissionais da área para tirar as dúvidas e aplicar aquilo que é certo e bom para sua saúde.
Confira os alimentos que são permitidos as pessoas que são portadoras da doença celíaca: Arroz, milho, quinoa, soja, sorgo, batata, cenoura, mandioca, cana-de-açúcar, sementes de amaranto ou de girassol, além de frutas e farinhas de fruta em geral (farinhas de coco, banana, etc.) Sem levar em consideração que os rótulos dos alimentos são obrigados a informar se contem ou não glúten em sua composição e hoje as opções alimentares vem crescendo a cada dia para os portadores da doença. 




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