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Saúde
Terça, 25 de agosto de 2015, 12h31

Mobilização reforça combate à hanseníase em Mato Grosso


Ministério da Saúde apresenta propostas para fortalecer combate à hanseníase no Estado, que tem a maior prevalência no país. Estado e municípios traçaram meta para período 2016-2019

O controle da hanseníase é uma das prioridades do governo federal e as ações para reduzir os indicadores da doença demandam esforço conjunto com estados e municípios. Dentro deste compromisso, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, participa nesta segunda-feira (24) de mobilização em Cuiabá (MT) para implementação de estratégias que visam a redução da carga da doença no estado, além de acelerar a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública no Brasil. O estado registra a maior prevalência da doença, com 10,19 casos por 10 mil habitantes. A média no Brasil é de 1,27 por 10 mil habitantes.

 

Na ocasião, a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso apresentará o Plano Estratégico para Enfrentamento da Hanseníase. Também será assinado o Termo de compromisso para enfrentamento da Hanseníase com 141 municípios do estado. O documento definirá metas para o período de 2016-2019.

 

O ministro Arthur Chioro considera esta ação de fundamental importância para ajudar o Brasil a alcançar a eliminação da doença como problema de saúde pública. “O plano estratégico e o termo de compromisso, com metas graduais a serem alcançadas de 2016 a 2019, mostram o fortalecimento do compromisso que estado e municípios assumem para redução a carga da doença”, avalia o ministro.

 

Durante o evento, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, deverá apresentar propostas de estratégias para o controle da hanseníase no Estado, envolvendo mobilização de gestores de saúde e educação do estado e dos municípios. Dentre as medidas, está a intensificação da busca ativa de casos, diagnóstico, vigilância de contatos, tratamento e acompanhamento dos casos até a cura. Para isso, o Ministério da Saúde oferta apoio técnico, além de contribuição de parceiros, centros de referência e da sociedade civil.

 

O Ministério da Saúde também vai apoiar ações de capacitação dos profissionais de saúde e de qualificação de dados dos sistemas de notificação e monitoramento de casos. Além disso, junto com a redução da hanseníase, o Ministério da Saúde intensifica ações para reduzir o estigma e a discriminação contra as pessoas e as famílias afetadas pela doença, promovendo a consolidação de uma política de Direitos Humanos.

 

Nova terapia – Os municípios mato-grossenses de Alta Floresta e Rondonópolis vão adotar, ainda neste semestre, a terapia preventiva da hanseníase para pessoas que tiveram contato com casos diagnosticados da doença. Parte de projeto piloto do Ministério da Saúde, a medida se soma a uma série de ações da pasta que visam interromper a cadeia de transmissão. No total, a iniciativa começará em treze municípios de três estados com alta carga da doença: Pernambuco, Mato Grosso e Tocantins.

 

A estratégia busca ampliar a cobertura de exames de contato. Ou seja, a cada novo diagnóstico, o serviço de saúde vai identificar e tratar, no mínimo, 20 contatos, entre pessoas que vivem na mesma casa, na vizinhança e outras relações sociais. Mesmo sem apresentar sintomas da doença, a pessoa receberá uma dose única de antibiótico.

 

CAMPANHA - Desde 10 de agosto, a Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíases e Tracoma têm mobilizado agentes comunitários de saúde e equipes do Programa Saúde da Família de 2.300 municípios, percorrendo escolas para diagnosticar e tratar hanseníase, tracoma e verminose em alunos de cinco a 14 anos. A meta é que mais de oito milhões de crianças e adolescentes sejam avaliadas, como parte da terceira edição da ação do Ministério da Saúde.

 

Em Mato Grosso, a campanha será realizada em 915 escolas de 65 municípios, para examinar e tratar mais de 291,2 mil alunos.

 

Na segunda edição da Campanha, no ano passado, 5,6 milhões de estudantes receberam a ficha de autoimagem, sendo que 4,1 milhões responderam, representando 74% do total. Destes alunos, 5,6% (231.247) foram encaminhados às unidades de saúde para esclarecimento do diagnóstico. Depois de passarem por exames clínicos, 354 crianças foram diagnosticadas com hanseníase, representando 0,15%. Os contatos destas crianças também são registrados e examinados. Nesse sentido, houve diagnóstico em 73 contatos intradomiciliares dos casos novos diagnosticados na campanha.

 

Em Mato Grosso, 245 mil estudantes receberam a ficha de autoimagem e 9,4 mil casos suspeitos foram encaminhados para unidade de saúde. No final, 44 alunos e sete contatos foram tratados para hanseníase.

 

Redução de Casos – No Brasil, a taxa de prevalência de hanseníase caiu 25,7% em 10 anos, passando de 1,71 pessoas em tratamento por 10 mil habitantes - em 2004 - para 1,27 por 10 mil habitantes, em 2014. A queda é resultado das ações voltadas para a eliminação da doença, intensificada nos últimos anos. Em Mato Grosso, a taxa de prevalência de hanseníase, em 2014, foi de 10,19 casos por 10 mil habitantes.

 

O Ministério da Saúde registrou, no ano passado,31 mil casos novos da doença, com coeficiente de detecção de 15,32/100 mil habitantes. Já em 2004 foram notificados 50,5 mil novos casos, com incidência de 28,25/100 mil habitantes - uma redução de 38,5%. Em menores de 15 anos, o coeficiente foi 2.341 casos, em 2014, e 4.075, em 2004. As áreas de maior risco de adoecimento estão concentradas em Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

 

Em 2004, 67,3% das pessoas que faziam tratamento para hanseníase se curaram. Já em 2014, esse número saltou para 82,7%. O número de contatos examinados também aumentou de 45,5% para 76,6%, no mesmo período. 




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