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Saúde
Quinta, 30 de junho de 2016, 20h01

Saúde alerta população para os cuidados contra picadas de animais peçonhentos


Após a comunicação por parte do Ministério da Saúde de que os antivenenos não serão distribuídos aos municípios nos meses de junho a julho, devido a problemas no cronograma de entrega do imunobiológico por parte dos laboratórios produtores, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Doenças e Agravos (Divisa) de Cuiabá, Carla Reis Macedo, alertou que as pessoas terão que ser mais cuidadosas. Ela alertou principalmente aqueles que costumam fazer trilhas ou passeios em lugares de mata e os trabalhadores da área rural, que ficam expostos às picadas. A coordenadora lembrou também que os profissionais de saúde, devem seguir a risca o protocolo de atendimento, nos casos de pacientes vitimas de picadas de animais peçonhentos.

“Os profissionais de saúde devem estar atentos em relação ao manejo correto nos casos de acidentes com animais peçonhentos e uso racional dos soros e em relação às pessoas, devem evitar ao máximo a exposição a situações de risco”, destacou a responsável pela Covida.

Em Cuiabá, assim como em outras cidades brasileiras, o estoque do soro antiofídico é critico. Segundo a coordenadora o desabastecimento atinge os soros antibotrópico (pentavalente), anticrotálico (SABC) e anti-laquético (SABL).

Uma nota divulgada na semana passada, pela Secretaria de Saúde do Estado, confirmou a situação em relação aos soros antiveneno. Na nota, a SES explica que essa situação vem acontecendo desde 2013. De acordo com a Gerência de Vigilância em Agravos Imunopreveníveis do órgão, o desabastecimento chega a ser de mais de 50% na quantidade repassada pelo Ministério da Saúde ao Estado.

A coordenadora da Divisa explica que em Cuiabá, onde se encontra o Centro de Informação Antiveneno (CIAVE), unidade referência no atendimento aos pacientes picados por animais peçonhentos, a situação não é diferente. “A unidade recebia , em torno de 60 ampolas por mês, mas nos últimos meses esse número vem diminuído e pode chegar a zero ampolas até que o soro volte a ser distribuído. A situação é bastante grave e merece todo o cuidado por parte da população isso porque num acidente grave, o paciente pode precisar de até 12 ampolas”, explicou ela.

De acordo com Carla Reis Macedo, a orientação que está sendo repassada pelo Ministério da Saúde e pelo Estado – responsável pela distribuição do soro antiveneno para os municípios -, é de que os profissionais sejam criteriosos e utilizem de forma adequada o medicamento, seguindo as instruções do protocolo clínico.

Soros

Os soros antivenenos são fornecidos ao Ministério da Saúde pelos laboratórios produtores oficiais, o Instituto Butantã, Instituto Vital Brazil (IVB), Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI).

Os problemas começaram, segundo o Ministério da Saúde, a partir de 2013 quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a exigir dos laboratórios o cumprimento de normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF). Devido às adequações e reformas nos seus parques industriais os laboratórios passaram a sofrer interrupções na produção dos soros. Os laboratórios também levantam outros problemas que afetaram o cronograma de entrega, entre eles a assinatura do Contrato em 2016, greve de funcionários, furto de animais e problemas no abastecimento de matérias-primas.

Prevenção

Para se prevenir contra possíveis acidentes, o Ministério da Saúde alerta a população para alguns cuidados, em especial em locais mais propícios à presença de animais peçonhentos.

As pessoas devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas de couro e botas de cano alto e, não devem colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, em montes de lenha ou entre pedras.

Também devem ser adotadas medidas preventivas em atividades de limpeza, deslocamento de móveis e outros objetos, pois serpentes, escorpiões e aranhas podem estar nas frestas, superfícies ou cantos. Calçados e roupas pessoais, de cama e banho, devem ser cuidadosamente examinadas antes de serem usadas.

Nos sítios e chácaras deve ser mantida uma área limpa, sem mato, em volta da casa. Nas idas aos pomares, estar sempre atendo as orientações em relação aos hábitos dos animais peçonhentos pois a maioria deles gosta de ficar em cascas de árvores, escondidos entre as folhas do solo, debaixo de pedras, em locais úmidos e escuros.

Os animais peçonhentos injetam veneno pelo ferrão, dente, aguilhão e cerda urticante. Ao encontrar algum animal peçonhento, as pessoas devem se afastar com cuidado, evitando assustar ou tocar nesses animais, mesmo que eles pareçam mortos.

Se houver um acidente, a vitima deve ser mantida calma, evitando movimentos desnecessários, e com o membro picado elevado em relação ao restante do corpo, caso seja possível. A vítima deve ser levada ao serviço de saúde do SUS com urgência. Se possível, e caso não apresente risco de um novo acidente, o animal agressor deve ser levado com a vítima.

A identificação do animal responsável pelo acidente facilita o diagnóstico e tratamento.

Unidade de Referência

Em Cuiabá, o Centro de Informações Anti-Veneno (CIAVE), do Hospital e Pronto Socorro Municipal (HPSMC) é a unidade de referência para o atendimento de pacientes picados por animais peçonhentos.

A unidade existe desde 1987 e atende, em média, 60 pacientes por mês sendo que 40 desses atendimentos são decorrentes de picadas de animais peçonhentos e 20 em razão de acidentes com serpentes. No período chuvoso, que vai de janeiro a maio, os atendimentos aumentam.

O tratamento é feito com soro e quantidades especificas para cada tipo de acidente e a sua gravidade. Nesse tratamento também são importantes outros cuidados como a hidratação, analgesia, controle laboratorial e de possíveis complicações que esses pacientes possam vir a ter.

O CIAVE não possui um estoque do medicamento, principalmente o soro anti - botrópico–laquético (SABL), contra acidentes de jararaca e surucucus, muito comum nos acidentes na região.

Além das orientações repassadas pelo Ministério da Saúde, os profissionais do CIAVE lembram que no caso de picadas de cobras não se deve usar torniquete com o intuito de represamento do veneno, pois isso agrava o local. Também não se deve cortar ou furar, mas sim lavar bem com água e sabão, manter elevados os membros, oferecer líquidos como água, sucos ou chás caso o paciente sinta sede, e em casos de muita dor podem ser dados analgésicos comuns mas que não sejam derivados de ópio para que não mascarem o quadro.

 




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