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Saúde
Domingo, 17 de julho de 2016, 13h02

Ultrassom na gravidez: a importância e a época correta de cada exame, orienta médica


Conheça as três ultrassonografias imprescindíveis em qualquer gestação

Desde o surgimento dos primeiros equipamentos de ultrassom, as técnicas e os aparelhos vêm se aperfeiçoando a cada dia. No entanto, muito mais do que saciar a curiosidade dos pais quanto ao sexo do bebê, ou até mesmo detalhes de sua fisionomia por meio dos moderníssimos equipamentos em 3D, o principal motivo do exame segue sendo o rastreamento de anomalias e o acompanhamento do desenvolvimento fetal.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), devem ser realizados pelo menos três exames de ultrassom ao longo da gravidez, cada qual em um momento específico. Esta orientação vale apenas para a gestante com pré-natal normal, sem nenhum risco. No caso de gestação gemelar ou com qualquer outra particularidade que exija um acompanhamento mais frequente, somente o médico poderá avaliar qual a periodicidade do ultrassom, bem como os demais exames que deverão ser realizados ao longo da gestação.

 

 

Primeiro trimestre

Segundo a Dra. Leynalze Urbano, médica com título de especialista em radiodiagnóstico e em ultrassom, ambos pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, para esta gravidez sem nenhuma complicação, o primeiro ultrassom, denominado morfológico do primeiro trimestre, deve ser realizado entre 11 semanas e meia e 14 semanas de gestação.

"Nesta fase, embora o bebê ainda não esteja totalmente formado, é possível avaliar diversas características com o objetivo de reastrear malformações. Verificamos, por exemplo, a medida da prega da nuca, para ver se há alteração, bem como a presença de osso nasal. Os bebês com Síndrome de Down, por exemplo, não têm esse osso ou quando têm, é menor do que nos demais", explica.

Para este exame, o período gestacional é muito importante. Se passadas mais do que 14 semanas, a precisão não é mais a mesma.

"É neste exame, também, que a gestante terá a melhor previsão da data provável do parto, pois a medida do bebê é mais precisa, visto que ele ainda cabe inteiro na tela."

 

 

Segundo trimestre

No ultrassom morfológico do segundo trimestre, que deve ser feito entre 22 e 24 semanas, todos os órgãos do bebê já devem estar formados.

"Temos nesta fase a oportunidade de realizar um estudo aprofundado da anatomia do bebê e, com isso, detectar eventuais malformações. Isso é extremamente importante para que, no caso de algum problema, a gestaçaõ possa ser acompanhada mais de perto e todas as providências tomadas para o momento do parto. Pode ser necessária uma cirurgia para a correção do problema logo após o parto, ou algumas vezes até mesmo antes do nascimento."

 

 

Terceiro trimestre

No terceiro trimestre, por volta de 34 semanas, vem um terceiro exame fundamental, explica a Dra. Leynalze.

"O ultrassom obstétrico do terceiro trimestre é realizado com a utlização de doppler colorido. Este equipamento avalia a artéria umbilical, que leva o sangue e nutrientes da mãe ao bebê. Se o fluxo não estiver bom o bebê pode deixar de ganhar peso. Em algumas situações, podemos concluir que ele estará melhor fora do que dentro do útero da mãe, e a gestante é encaminhada para uma cesárea imediatamente."

Outro fator observado neste exame, revela a especialista, é a arteria cerebral média, localizada na cabeça do bebê.

"Antigamente, o parâmetro para o sofrimento fetal era a alteração no batimento cardíaco. Hoje sabemos que muito antes de apresentar alteração no batimento cardíaco o sofrimento fetal pode ser detectado por meio de alteração do fluxo sanguíneo que vai para a cabeça do bebê."

Segundo a Dra. Leynalze, esta reação diante do sofrimento não é característica apenas dos fetos.

"O organismo em sofrimento tende a preservar os órgãos-alvo, que são o coração e a cabeça. Assim, quando estamos em sofrimento, podemos observar a dilatação desta artéria da cabeça, proporcionando o aumento do fluxo sanguíneo."

Por outro lado, a redução deste fluxo sanguíneo é igualmente importante e revela a probabilidade da gestante estar desenvolvendo a hipertensão arterial gestacional.

 

 

Equipamento e profissionais

Infelizmente, ainda hoje no país, embora seja possível encontrar equipamentos de ponta, com a mais alta tecnologia existente no mundo, há na outra ponta regiões com equipamentos ainda muito antigos, sem muitos recursos.

Para piorar, à frente destes equipamentos nem sempre estão profissionais habilitados para a realização do ultrassom.

"O ultrassom é um exame operador-dependente. O profissional que realiza o exame tem que ter um expertise para fazer, pois ao contrário de exames como o raio-x ou a tomografia, aqui não teremos uma imagem fixa que poderá ser mostrada posteriormente a um profissional."

Por este motivo, explica, é necessário se certificar que aquele profissional prestes a realizar o exame na gestante, é habilitado, ou seja, é um médico radiologista, que fez residência médica naquela área, com título de especialista em radiodiagnóstico, ou ainda um ginecologista, com especialização em ultrassonografia.

 

 

O sexo do bebê

Mesmo com um ótimo equipamento e um profissional especializado, nem sempre é tão simples matar a curiosidade acerca do sexo do bebê. Para tirar esta dúvida, bem como outras ao longo do exame, um fator é essencial: a paciência.

"Enfrentamos hoje no país um grande problema de remuneração nesta área, o que faz com que os laboratórios tenham que agendar um volume muito grande de exames em um mesmo dia. Mas nem sempre o bebê está posicionado de forma favorável, e a menos que possamos ter paciência para aguardar que ele mude de posição, a gestante poderá ir para casa sem todas as respostas que ela gostaria."




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