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Saúde
Quinta, 29 de setembro de 2016, 15h11

Cartilha orientará médicos sobre vacinas para pacientes com HIV


A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lançou hoje (29), em Belo Horizonte, uma cartilha para orientar médicos sobre as vacinas que devem ser aplicadas aos pacientes com HIV (vírus da Imunodeficiência humana). O objetivo é enfrentar a baixa cobertura vacinal entre esse público. A publicação é fruto de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). O lançamento ocorreu durante a 18ª Jornada Nacional de Imunizações, que reúne médicos e outros especialistas na capital mineira entre hoje e sábado (1º).

A cartilha de 59 páginas será distribuída aos médicos associados da SBIm e também em estabelecimentos hospitalares que possuem profissionais lidando com pacientes com HIV. "Trata-se de um público específico, que demanda recomendações especiais. Algumas vacinas são contra-indicadas, outras são mais indicadas. Há também diferenças na dosagem", explica Isabella Ballalai, presidente da SBIm. Ela cita o exemplo da meningite, uma enfermidade cuja vacinação é realizada em crianças, mas para o público que vive com HIV é recomendada para adultos.

Segundo Isabella, quase 100% das vacinas que a SBIm recomenda para o paciente soropositivo estão disponíveis gratuitamente através Sistema Único de Saúde (SUS), nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs). Ainda assim, a cobertura vacinal é muito aquém do desejável. "Para aumentar a procura é preciso que o médico oriente. Daí a ideia da cartilha, que poderá dar mais segurança para o profissional compartilhar informações com o paciente", acrescenta.

Hepatite e HPV

Doenças que seriam preveníveis através de vacinas levam a um significativo índice de hospitalizações e mortalidade entre os pacientes que vivem com HIV. Uma das enfermidades que mais preocupam é a Hepatite B, que pode levar à cirrose e ao câncer de fígado. O risco de morte por complicações com a Hepatite B é duas vezes superior entre pessoas que convivem com HIV. A SBIm alerta que, em todo o mundo, aproximadamente dois terços dos soropositivos nunca receberam nenhuma dose da vacina contra a doença.

Outra preocupação é com o HPV, vírus transmitido geralmente através das relações sexuais e que pode provocar o surgimento de tumores. Isabella Ballalai alerta que, em comparação a uma mulher sem infecção por HIV, a paciente soropositiva que contrair o HPV tem oito vezes mais chances de desenvolver câncer de colo do útero. Ela chama atenção para a importância de se prevenir.

"As pessoas têm conhecimento de que a vacina contra o HPV é gratuita para meninas de 9 a 13 anos, mas poucos sabem que, para mulheres com HIV, a gratuidade engloba a faixa etária entre 9 a 26 anos. A cobertura vacinal é muita baixa entre essas mulheres, o que demonstra que está faltando orientação. Espero que, em breve, o acesso à vacina pelo Sistema Único de Saúde - SUS - também seja estendido aos homens", alerta Isabella.

O risco de desenvolver quadros mais graves ou falecer em consequência de gripe, catapora, hepatite A e pneumonia pneumocócica também é maior entre os pacientes soropositivos. Há vacinas para todas estas enfermidades.

E-book

Outra novidade lançada durante a 18ª Jornada Nacional de Imunizações é o e-book Imunização: Tudo o que você sempre quis saber. O livro virtual tem acesso gratuito através do site da SBIm e é destinado ao público em geral. Ele traz detalhes sobre as doenças infecciosas, as vacinas, os eventos adversos, as contra-indicações, etc. "É um material numa linguagem mais acessível, baseado tanto na literatura e nas bulas, como também na nossa vivência de médicos. Tiramos dúvidas de perguntas frequentes e falamos sobre mitos que não são poucos", explica Isabella.

Também ocorre no evento o pré-lançamento do aplicativo Minhas Vacinas. A ferramenta para smartphones estará disponível para download no próximo mês e funcionará como um calendário online de vacinação. O usuário incluirá informações como gênero e idade e o aplicativo indicará as vacinas recomendadas. "É uma referência, mas o paciente precisa sempre consultar seu médico para saber se há alguma contra-indicação", pondera a presidente do SBIm. 

ABr




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