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Médico adverte da lesão causada ao sistema digestivo e o risco de uma cicatrização sem a devida intervenção e tratamento, e com isso cole os dois lados do esôfago da criança.
Imagem ilustrativa |
Alberto Romeu
Da Redação
Somente amanhã, (18), segunda-feira, quando abrir o sistema da Central de Regulação é que poderá se definir sobre uma possível vaga para a criança Laryssa da Silva, de um ano e um mês, que está internada no Hospital Regional de Água Boa, 741 km de Cuiabá. Ela ingeriu soda caustica na quinta-feira (dia 14/3) e desde então está sem se alimentar, sendo mantida por hidratação na veia. A informação foi passada por uma pessoa ligada a familiares da paciente.
O PlantãoNews por telefone falou com o médico Humberto Jesus Romio que reafirmou a necessidade de transferência da criança para uma UTI pediátrica. “Mais que a estrutura física (equipamentos) ela [Larissa] precisa contar com uma equipe multidisciplinar para tratamento, como gastroenterologista, nutricionista e um pediatra”. O médico disse que ela está sendo alimentada pela veia com soro, já que o efeito da soda caustica impede a ingestão de líquidos ou alimentos sólidos.
O pai de Larissa reafirmou sua preocupação com a vida da criança e disse que se sente impotente já que a vida dela está nas mãos do Estado. “Estão dizendo que não tem vaga em UTI para uma criança...” frisou em tom de indignação.
Mesmo com liminar, não se resolve
A Defensoria Pública de Mato Grosso conseguiu liminar da Justiça, que obriga o Estado a fazer a transferência de Larissa, porém, a informação é de que não há vaga no sistema, o que vem sendo tentado desde quinta-feira. O defensor que atua no plantão da Defensoria Pública, em Ribeirão Cascalheira, Rodrigo Machado Fonseca, afirma que a situação é desesperadora e o médico já havia relatado da gravidade em decorrência dos ferimentos provocados pela soda em seu sistema digestivo e o risco de que uma cicatrização ocorra, sem a devida intervenção e tratamento, e com isso cole os dois lados do esôfago da criança.
O defensor apelou até mesmo para orçamentos de um hospital privado no estado de Goiás, para poder entrar com o pedido de bloqueio de bens do Estado, e com isso a transferência para lá. "Essa medida é uma alternativa, porém, temo que seja muito demorada”. Rodrigo já previa que conseguir o bloqueio no final de semana, seria difícil.
O caso de Laryssa chegou à Defensoria na sexta-feira (15/3), depois que os pais perceberam que apenas administrativamente, não conseguiriam socorro adequado para a filha. O defensor público Wendel Renato Cruz entrou com uma ação de obrigação de fazer, com pedido de liminar, em Água Boa, e a decisão do juiz Jean Louis Maia Dias, determinando a transferência, saiu às 20h de sexta-feira (15/3). De imediato buscaram a equipe de regulação de Cuiabá e Várzea Grande, mas não havia vaga e que só poderão determinar a ida de Laryssa, se houver liberação. Do contrário, dizem que não há o que fazer”, conta o defensor.
O hospital Regional de Água Boa não conta com UTI.
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