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Agro
Sexta, 13 de junho de 2014, 10h01

Lavouras de algodão de diversas regiões do Mato Grosso estão infestadas de bicudo


Este é o apontamento da pesquisadora e entomologista da Fundação MT

Um grande número de lavouras de algodão de todo o Mato Grosso estão infestadas de bicudo. A praga é velha conhecida do produtor, mas continua causando estragos safra após safra. É o que aponta a Entomologista e pesquisadora da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, Lucia Vivan. “O primeiro registro do bicudo no Estado foi em 1993 na região de Cáceres. De lá para cá, a praga espalhou-se e só tem aumentado”.

As perdas na produção por infestação de bicudo chegam a 80%. “O prejuízo é considerável mesmo que a infestação ocorra em pequena proporção”, lembra Vivan. Para a pesquisadora isso acontece por que algumas das ações de controle não foram realizadas da melhor forma. “Dispomos de algumas ferramentas, como o monitoramento antes do plantio com armadilhas de feromônio, controle no botão floral, pulverizações sequenciais e controle pós-colheita”. Vale salientar que as ações devem ser realizadas de acordo com cada região.

Segundo a entomologista, geralmente, todos os anos há problemas com a praga. Principalmente, “devido à falta de monitoramento desde o pré-plantio do algodoeiro”. Este acompanhamento é fundamental. “Ele deve ser realizado quando o produtor identificar o surgimento dos primeiros botões florais, observando a presença de orifício de alimentação e postura de ovos do inseto nessas estruturas. Pelo fato do número dessas pragas aumentarem rapidamente e, a fase de larva ficar dentro do botão floral, a detecção muitas vezes não acontece ou é feita tardiamente”.

A pesquisadora aponta que um ponto fundamental para o sucesso no manejo da praga é o controle realizado nas bordaduras. “Os insetos penetram nas lavouras pelas bordaduras, ou seja, pelas bordas da plantação, onde permanecem durante a primeira geração. Por isso, é preciso realizar, estrategicamente, amostragens específicas, catação e colocação de armadilhas para coletas”. Em áreas com esse tipo de manejo é possível verificar a redução na aplicação de inseticidas.

Uma das principais formas de controle consiste principalmente em destruir as soqueiras de algodão até 30 dias após a colheita, limitando até 15 de setembro. “As rebrotas também devem ser destruídas e as semeaduras devem ser realizadas entre 30 e 40 dias”.

A instalação de armadilhas de feromônio nas lavouras com pelo menos 60 dias antes do início do plantio, também, apresenta resultados positivos para o manejo da praga. Vivan detalha que isso acorre porque elas tem a função de atrair os bicudos que estão nos refúgios próximos às plantações, antes da germinação do algodão. “Nas áreas próximas às armadilhas de captura é possível fazer um levantamento dos níveis de infestação , detectar os pontos de maior problema e assim, realizar o tratamento para um controle diferenciando”.

A entressafra é outro ponto importante e que o agricultor deve ficar atento. “O bicudo do algodoeiro só se reproduz nas lavouras de algodão, contudo neste período a praga sobrevive em plantas de cerrado”, esclarece a pesquisadora da Fundação MT. Por isso, é importante fazer o controle no final do ciclo da cultura a fim de evitar que os insetos migrem para as áreas de refúgio.

O ataque do bicudo provoca a queda antecipada dos botões florais, flores e maçãs. A pesquisadora explica que os botões atacados apresentam perfurações externas; as flores ficam com aspecto de “balão”, devido a não abertura das pétalas; as maçãs apresentam perfurações externas; as fibras e sementes são destruídas, causando a abertura anormal da maçã (carimã) e escurecimento interno. “Com isso, ocorrem perdas expressivas na produção. E hoje para contornar este problema, acaba se fazendo o uso abusivo de produtos químicos, aumentando o custo de produção e contaminando do meio ambiente”.

 

Pesquisas – A Fundação MT tem trabalhado para amenizar os problemas que o bicudo causa todos os anos. Atualmente desenvolve pesquisas de controle químico, avaliação de marcas de ferômonio para avaliar a atratividade dessas para o inseto e ainda estudos de instalação de Tubos Mata Bicudo (TMB) – dispositivo de papelão biodegradável com pigmento amarelo que contém inseticida associado ao feromônio sexual, impregnado com o inseticida malathion - no período de colheita e entressafra.

 




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