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Agro
Quarta, 18 de junho de 2014, 17h19

Estudo aponta viabilidade de usinas de cereais para produção de etanol


Mato Grosso produz atualmente 15,4 milhões de toneladas de milho e, em menos de dez anos, deverá chegar a 34,9 milhões de toneladas. Porém, mesmo com o consumo interno e a exportação, ainda há excedente que poderia ser utilizado para a produção de etanol. A viabilidade das usinas de etanol de cereais foi discutida em reunião na Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) no início de junho.

O estudo “Oportunidades na cadeia de processamento de cereais para produção de proteínas e biocombustível – Uma avaliação das oportunidades do Centro-Oeste do Brasil” foi produzido pela Céleres Consultoria a pedido da associação. Segundo o diretor da Céleres, Ricardo Giannini, não há empecilhos em relação à tecnologia, que já é bem conhecida dos brasileiros. “O que precisamos trabalhar é o acesso ao financiamento para a construção ou ampliação das usinas, e o marco regulatório para a produção”, explicou.

Por enquanto, o governo federal não informou se haverá uma linha de financiamento diferenciada por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Atualmente, a taxa de juros é alta, girando por volta de 10%, e é indexada em dólar”, explicou Giannini. Em relação ao marco regulatório, o que existe são regras para a produção de etanol a base de cana de açúcar. “Não sabemos se a legislação continuará a mesma para a produção de etanol de cereais”, disse.

Tomando como exemplo uma usina full (que produz etanol somente a partir de cereais), com o processamento de mil toneladas de milho por dia seriam produzidos 130 mil metros cúbicos de etanol por ano, e 80 mil metros cúbicos de DDG – farelo proteico originado do cereal, muito utilizado para alimentação animal. Isso sem contar com a geração de CO2 , outra oportunidade de negócio. Nos cálculos feitos no estudo, com a situação atual da legislação tributária para etanol, o investimento de US$ 69 milhões na construção da usina teria retorno em 66 meses, contando com a construção. O lucro líquido seria de 10% e a taxa de retorno, por volta de 25%.

Porém, o problema do etanol seria quase o mesmo do milho: a dificuldade para vender o produto. “Não é simples entrar no mercado de combustíveis”, pontua o gerente de Planejamento da Aprosoja-MT, Cid Sanches. De acordo com o conselheiro consultivo da entidade, Glauber Silveira, Mato Grosso produz mais de 1 bilhão de litros de etanol, dos quais 60% são consumidos no estado e 40% são vendidos para o norte do Brasil e também para São Paulo.

Silveira acredita que o mercado está saturado e é preciso incentivar o consumo de etanol. “Para termos um aumento no consumo de etanol, precisamos aumentar a diferença entre o preço do etanol e o da gasolina. Mas podemos pensar não apenas no aumento do preço da gasolina, mas também na redução do o preço do etanol”, comenta. Glauber acredita que, com a aptidão de Mato Grosso em produzir milho e cana de açúcar (e consequentemente produzir etanol nas usinas flex), os consumidores poderiam utilizar somente este combustível, pagando entre R$ 1,90 a R$ 2,00 o litro.

Giannini reforça ainda que mesmo com investimentos em usinas flex e full, haverá milho suficiente para abastecer o mercado da cadeia de carnes. “Existe a produção de farelo que abastece esta cadeia e, com a usina, há potencial de desenvolvimento das regiões por atrair outros negócios”, reforçou o diretor da Céleres. 




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