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Agro
Sexta, 10 de outubro de 2014, 20h12

EUA reconhece patente da TMG que traz benefícios ambientais e econômicos


Os Estados Unidos oficializaram, no último mês, a patente do método de seleção para o gene Rpp5, que confere resistência à Ferrugem asiática da soja. O método, desenvolvido pela Tropical Melhoramento & Genética (TMG), facilita o desenvolvimento de variedades do grão resistentes à doença, que atualmente é um dos principais problemas da sojicultora brasileira. A descoberta do gene foi publicada em 2008 na revista científica Theoretical na Applied Genetics. A partir daí, o mercado passou a oferecer cultivares com a Tecnologia Inox®, que confere às lavouras benefícios ambientais e econômicos, pois permite reduzir a aplicação de fungicidas e, consequentemente, proporciona menores danos ao meio ambiente e maior economia nos custos de produção.

Especialistas afirmam que a Ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é responsável por perdas de até 80% de produtividade nas lavouras da cultura. O número é agravado também pelo segundo cultivo de soja sobre a soja de verão, que sofre incidência do problema de forma muito maior que no plantio na época recomendada.

Fabiano Siqueri, pesquisador da cultura, explica que o gene de resistência à ferrugem presente nas cultivares Inox permite à planta maiores condições de conviver com a doença no campo. “Caso o controle cultural e químico escapem das mãos, a planta Inox estará protegida pelo gene. E é exatamente esta proteção extra que proporciona maior tranquilidade e segurança ao produtor, ganho de produtividade, redução de custos, garantia de produção e facilidade no manejo de fatores restritivos à lavoura”, coloca.

Na estimativa de custos de produção para a safra 2014/15 em Mato Grosso, elaborada pelo Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a despesa média com fungicida, sem considerar a operação de máquinas e mão de obra, é de R$ 153,43 por hectare, para quatro aplicações, o equivalente a 24% do valor gasto com defensivos. Caso a lavoura seja de cultivares com o gene de resistência à ferrugem, o agricultor poderá reduzir ao menos uma aplicação e terá R$ 38,35 de economia com o produto. Numa área de 800 ha de soja por exemplo, a redução é de quase R$ 31.000,00.

Para José Tadashi Yorinori, fitopatologista e pesquisador da cultura há mais de 40 anos, a patente do método demonstra o quanto a eficiência genética é a maneira mais eficaz de controle da ferrugem. “A empresa está de parabéns e a patente com foco em genética traz um novo conceito da pesquisa brasileira perante o mundo”, destaca. Tadashi lembra, no entanto, que o agricultor precisa considerar melhor as orientações de manejo e plantio para que haja maior efetividade no controle das doenças. “O grande fator é ambiental, pois há um grande exagero na aplicação de defensivos. Os produtores precisam deixar de fazer a soja safrinha e considerar o plantio do milho que tem seu lado positivo, porque além de colocar em risco os genes existentes, há risco também de colocar em perigo a defesa natural das plantas pelo excesso de defensivos”, frisa.

O método - O método patenteado utiliza do mapeamento genético para saber a sequência do DNA da planta associada ao gene de resistência. Conforme Alexandre Garcia, gestor de Pesquisa da TMG, o processo é chamado de seleção assistida por marcadores moleculares. “O trabalho de descoberta é difícil, demorado, exige muito esforço e tecnologia”, explica.

O pedido da patente foi solicitado em 2007 e só agora foi concedido pelo escritório de patentes norte-americano USPTO - United States Patent and Trademark Office. A empresa, que tem produtos lançados com a Tecnologia Inox para o cerrado brasileiro desde 2008 e para o Sul do País desde 2011, aguarda a concessão de mais patentes em outros países.

Francisco Soares, presidente da TMG, pontua que esta é uma boa conquista para a agricultura brasileira e para a empresa, pois gera estímulos para que toda a cadeia de pesquisa em melhoramento genético da soja continue trabalhando com ainda mais vontade de encontrar soluções. “A equipe desenvolveu um trabalho consistente e de alto nível e isso mostra que a TMG está bem posicionada dentro de sua área de atuação. Conhecemos a realidade da sojicultora brasileira e estamos focados em resolver os problemas regionais, inclusive já aliamos a tecnologia Inox com outra tecnologia importante para o mercado que é a Intacta. O que nos anima também é que a patente nos EUA é muito valorizada, isso abre novas portas para criar e ampliar parcerias com empresas de alto potencial na agricultura”, coloca.

Tecnologia e cuidados - Quando o manejo correto da lavoura é realizado e as cultivares que apresentam diferenciais tecnológicos são escolhidas, os resultados podem ser melhores a cada safra. Há exemplos em várias regiões do Brasil. Um deles vem do município de Marilândia do Sul, no Paraná. O produtor Henrique Kaneko relata que utilizou a cultivar TMG 7262 RR Inox, com resistência à ferrugem, pela primeira vez na safra 2012/13 e ficou satisfeito com o resultado. “A planta teve bom engalhamento e teto produtivo muito bom, apesar das condições climáticas com a presença do veranico no final da safra”, explica.

A mesma opinião teve o produtor Gabriel Zanatta, de Brasnorte, Mato Grosso, que utilizou a TMG 7188 RR Inox. “O material se adapta bem aos solos de média a baixa textura e com baixa fertilidade, vem mantendo ótimo potencial produtivo e boa tolerância à ferrugem asiática. Para mim é a melhor cultivar para encerramento de plantio por sua estabilidade produtiva”.

O produtor Mauro César Stertz também encontrou resultados com uma cultivar resistente e foi classificado no Desafio de Máxima Produtividade de Soja do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) por ter colhido 96,18 sc/ha na safra 2013/14 em sua propriedade no Rio Grande do Sul. O sojicultor utilizou a TMG 7262 RR Inox, fez correção da área, rotação de cultura, tratamento de sementes e uso de defensivos adequados.

A empresa – A Tropical Melhoramento & Genética é uma empresa de capital nacional dedicada à criação e ao desenvolvimento de novas cultivares de soja e algodão. Sua sede é em Cambé (PR) e possui filial em Mato Grosso. 




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