Manter porções de floresta em meio ao pasto controla pragas na Amazônia, diz estudos

Estudo realizado pelo PolicyMix, projeto desenvolvido pela União Europeia em parceria com instituições de pesquisa brasileiras e internacionais, demonstrou que a manutenção da floresta em pastagens na Amazônia é a resposta para o controle de pragas e solução para as perdas econômicas associadas à diminuição da produtividade na pecuária.

Atualmente, pequenas e grandes propriedades rurais do Noroeste do Mato Grosso vêm sofrendo perdas significativas com as infestações de cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta), podendo os prejuízos chegarem a milhares de reais por hectare/ano, considerando os custos associados ao controle da praga e redução da produtividade.

Buscando alternativas para este cenário, pesquisadores envolvidos no projeto analisaram um novo fator: o impacto que a existência de floresta tem no controle da praga. O que eles descobriram foi que a presença de manchas florestais nos pastos (maiores que 50m), a forma como essas manchas estão dispostas e sua localização estão relacionadas com o nível de infestação das cigarrinhas.

Em tempos que muitos países estão voltados para as questões climáticas, devido ao recém-divulgado relatório do IPCC sobre impactos da mudança no clima, esta, sem dúvida, é uma boa notícia para o Brasil, já que alia conservação e geração de renda. "As propostas apresentadas pelos estudos realizados no estado vêm ao encontro das metas estabelecidas pelo Brasil para controle do desmatamento,", diz Peter May, professor da UFRRJ e responsável pelo projeto no Mato Grosso.

Projeto PolicyMix
PoliciMix é um projeto nascido no âmbito da União Europeia (UE) que envolve instituições de seis países da Europa e América Latina e tem como objetivo principal alcançar as metas estabelecidas pela UE de reversão das tendências de perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. O projeto envolve sete estudos de caso, dois deles realizados nos estados brasileiros de São Paulo e Mato Grosso.